PROIFES participa da Plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

Na noite da última sexta (3), teve início a 24° plenária do fórum nacional pela democratização da comunicação (FNDC). O Proifes teve sua representação garantida por Gilka Pimentel, diretora de comunicação, Jailson Alves Dos Santos, diretor de assuntos jurídicos e Leonardo Santa Inês Cunha (APUB).

Durante a mesa de abertura, foram apresentados os temas e os desafios da comunicação como instrumento de garantia da democracia, da civilidade. Helena Martins, que integrou a equipe de transição da comunicação, destacou que há muita dificuldade de entender a centralidade da luta pela democratização da comunicação. “É preciso pensar o papel do movimento de comunicação. Foi num ambiente alimentado pela mídia que fomos jogados numa realidade nefasta de retirada de direitos de destruição social e mesmo da própria vida”, disse.

Na mesa também estava presente Renata Mieli, coordenadora do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé. Para ela, o que é preciso combater é a malha de desinformação que se articulou. “São várias plataformas que se organizaram num ecossistema que se retroalimenta. O direito a comunicação passa também por manter o ambiente comunicacional seguro e com qualidade para que haja possibilidade de estabelecer diálogos entre as diferenças”, explicou.

Mieli destacou ainda que a universalização do acesso à internet é uma bandeira estratégica para a luta pela democratização da comunicação, junto a uma regulação convergente da comunicação, que abranja várias frentes. “A liberdade de expressão não é um direito absoluto. Não se pode defender ideias que exterminem outras pessoas. Precisamos recuperar essa bandeira. Reconquistar a liberdade de expressão, para que ela não seja mais um meio de ataque à democracia.”, disse.

João Brant, Secretário de Políticas Digitais da SECOM, presente de maneira online, também comentou que a chave da equação é a liberdade de expressão. “A gente só resolve a cilada se a gente retomar a bandeira da liberdade de expressão. Coletivamente é preciso garantir que a sociedade esteja bem informada – por isso não podemos apostar em soluções que não tenham pacto real com a sociedade”, comentou.

Ana Mielke, militante do coletivo de comunicação Intervozes, colocou que atualmente a agenda da comunicação está fragmentada, principalmente a digital, o que, para ela enfraquece a capacidade de acompanhar os debates todos e se posicionar.

Jailton dos Santos, representando o PROIFES, propôs que o FNDC se posicionasse contra o vereador Sandro Fatinel que, depois de virem à tona casos de trabalho análogo a escravidão no Rio Grande do Sul, fez discurso xenofóbico contra baianos.

Na manhã de sábado (4) a mesa foi composta por Rita Freire, presidenta do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Samira de Castro, presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), que debateram o combate ao fascismo no cenário mundial e nacional.

Rita Freire ressaltou a importância de manter o processo de retomada e defesa da democracia latente, principalmente no contexto mundial, que traz o desmonte de democracias via desinformação. “Isso não se faz em silêncio e deixando de exercer a crítica. A comunicação e a crítica não são construídas para destruir o projeto democrático. A crítica vem de uma perspectiva democrática e hoje é importantíssimo pressionar o governo para proteger esse flanco que ainda está aberto.”, disse.

Samira de Castro, presente de maneira online, colocou que combater o sequestro do legislativo e a investida fascista sejam desafios do governo, é preciso que a comunicação exerça seu papel social. “Nada disso vai acontecer com desinformação, mentiras e manipulações, que são recursos recorrentes, mas o objetivo de desmonte da democracia só é possível com a aliança tática da mídia hegemônica com o projeto golpista. Diante disso, a mídia vive uma incapacidade de lidar com a realidade social, e de desmentir o volume de desinformação que recebemos hoje em dia. É preciso democracia na comunicação para defender a democracia”, ressaltou.

Renata Mieli falou sobre a Campanha Calar jamais, criada para denunciar violações ao exercício da profissão de jornalista, tao frequente no governo Bolsonaro. Mieli apresentou o relatório ao final da apresentação da campanha. 

Na parte da tarde, finalizando o dia, o regimento da plenária foi colocado em apreciação assim como as teses apresentadas e as emendas.

Fonte: SINDEDUTEC

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