Outubro chegou e com ele a campanha contra o câncer de mama também. O mês que ganha a cor rosa como símbolo principal é dedicado ao alerta, à prevenção e aos cuidados que mulheres, e também homens, devem ter acerca da doença que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, a estimativa é de que no Brasil somam-se 73.610 novos casos em 2024.
A professora e enfermeira da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA/UFRN), Quenia Martins, explica que o objetivo da campanha é de, justamente, conscientizar às mulheres da importância do diagnóstico precoce e do rastreamento da doença. Acerca do números de casos no país, a docente pontua: “Quando a gente pensa nesse cenário para o Brasil, a gente espera um crescimento de 25% de novos casos a cada ano”.
Atualmente no Brasil o câncer de mama é a doença que mais atinge o público feminino, e as maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do País. A professora Quenia recomenda que o rastreio “deve ser feito de forma bianual, a partir dos 50 anos, e acima de 35 anos para mulheres de alto risco. E já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que seja feito acima dos 40 anos e/ou acima dos 30 para mulheres que já tiveram o câncer de mama precoce em familiares ou àquelas que tenham a mutação BRCA1 e BRCA2 conhecida”.
Além disso, a profissinal orienta ainda que “ao menor sinal de, por exemplo, a presença de nódulo na região das mamas que não se movem, geralmente indolor; pele da mama avermelhada, retraída; alteração no bico do peito; pequenos nódulos nas axilas ou pescoço; e ainda alguma saída de líquido anormal são sinais de sintomas que devem ser, imediatamente, levados a procurar um médico para que então possa ser avaliado!”. Quenia diz ainda que os(as) profissinais da enfermagem também podem auxiliar na avaliação, tendo em vista que estes e estas são profissinais competentes da Atenção Básica.
O processo do diagnóstico tende a ser doloroso e conflitante para a paciente. Perpassa pela aceitação da doença e pelos cuidados efetivos no combate a ela. A docente Quenia Martins, além de trabalhar nessa área, relata que tratou o câncer mama, que surgiu em sua vida de maneira precoce, quando ainda tinha 37 anos de idade. “O diagnóstico ele não é fácil, mas com certeza o diagnóstico precoce salvou a minha vida! Se hoje eu estou conseguindo falar aqui é porque, com certeza, eu tive esse diagnóstico de forma muito precoce. Procurei o mais breve possível o serviço de saúde e por isso, então, eu consigo dá esse depoimento!”, descreveu a professora.
Em seu depoimento pessoal, a enfermeira Quenia torna claro ainda o fato de que, se cuidado antecipadamente, as chances de cura para o câncer de mama aumentam. Por fim, ela traz uma mensagem de alerta, mas, sobretudo, de esperança a respeito da doença: “A principal mensagem eu não posso deixar de dizer é que (sim!) o câncer de mama tem cura. Os indíces prognósticos têm melhorado muito! Cada vez mais a gente identifica tratamentos menos invasivos, menos agressivos e com altas taxas de sobrevidas. E isso tudo tem muita relação com o tempo do diagnóstico. Então, eu não posso deixar de falar da importância desse mês!”.
A campanha do Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização, criado no início da década de 90. Ao longo de todos esses anos, diversas instituições têm abraçado a causa, entendendo que o cuidado e prevenção contra a doença são peças-chave. Algumas oferecem exame de mamografia gratuito, ações voltadas para o bem-estar e lazer, além do suporte clínico e psicológico também.
O ADURN-Sindicato, enquanto entidade que defende não somente a Educação, mas também a Saúde e o Bem-Estar de todos e todas, reconhece a gravidade do câncer de mama e reafirma o cuidado e a prática do autoexame como medida preventiva contra a doença.
Fonte: ADURN Sindicato