Na manhã desta terça-feira (11), o PROIFES-Federação esteve presente no seminário promovido pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público que discutiu o possível fim do Regime Jurídico Único (RJU) dos servidores públicos, abordando os impactos da decisão sobre a constitucionalidade da Emenda Constitucional nº 19/1998 e da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2135.
O PROIFES, entidade integrante da Frente, foi representado pelo vice-presidente, Flávio Silva, pelo diretor-tesoureiro, Jairo Bolter, pela diretora de seguridade social, Raquel Nery, pelo diretor de comunicação, Jailson Alves, pelo diretor de assuntos jurídicos, Oswaldo Negrão, e por docentes que representaram os sindicatos federados ao PROIFES, SINDEDUTEC e APUB.
A coordenadora da Frente, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), deu abertura ao evento destacando a importância da luta contra o fim do RJU. “Acabar com o regime é um crime contra o Estado brasileiro, pois criará outras formas de entrada no serviço público, prejudicando a estabilidade do servidor e, consequentemente, a qualidade do serviço”, afirmou a parlamentar, que também falou sobre a importância da imediata aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA), para que os acordos firmados entre os servidores e o governo sejam cumpridos de fato.
Os deputados Rogério Correia (PT-MG), Lídice da Mata (PSB-BA), Reimont Luiz (PT-RJ) e Luciene Cavalcante (PSOL-SP) também participaram do seminário.
A programação contou com três palestras com os seguintes temas: “Contexto histórico e desafios do Regime Jurídico Único”; “A gestão do Estado brasileiro que promove transformações estruturais no desenvolvimento do país”; e “Estado, democracia e serviço público: quais os novos paradigmas?”
Entenda
O RJU foi instituído pela Lei nº 8.112/1990, unificando o vínculo dos servidores públicos civis da União sob um estatuto próprio, garantindo estabilidade, isonomia de direitos e deveres, além de promover maior segurança e eficiência na administração pública. Antes do RJU, coexistiam diferentes regimes, como o estatutário e o celetista, gerando desigualdades e desafios na gestão de pessoal.
A validade das mudanças no texto da Constituição de 1988, promovidas pela Emenda Constitucional nº 19/1998 (reforma administrativa do governo de Fernando Henrique Cardoso), que alterou o regime jurídico dos servidores públicos ao modificar o caput do artigo 39 da Constituição Federal, é tema de questionamento na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2135. Com o avanço das discussões sobre o tema, o futuro do serviço público brasileiro pode passar por mudanças significativas.
“Estamos aqui na defesa do serviço público federal, estadual e municipal. Quando se atacam os servidores públicos, temos uma ameaça constitucional que impactará a população, tanto na saúde, quanto na educação e na segurança pública. Essa desestabilização do servidor impacta todo o Estado democrático de direito, por isso precisamos fazer uma defesa intransigente de todos os servidores”, afirmou o diretor de assuntos jurídicos do PROIFES, Oswaldo Negrão.















