Cancellier foi alvo de processo sem provas e se suicidou em outubro de 2017
Em reunião realizada em Brasília nessa quinta-feira (19) com reitores das universidades públicas federais o presidente Lula homenageou o reitor catarinense Luiz Carlos Cancellier que dirigiu a Universidade Federal de Santa Catarina nos anos de 2016 e 2017.
“Quero aproveitar este momento, com cinco anos e quatro meses de atraso, e dizer para você, meu caro Luiz Carlos Cancellier, que pode ter matado a sua carne, mas as suas ideias continuarão no meio de nós a cada momento em que a gente pensar em educação”, afirmou o presidente Lula.
Cancellier cometeu suicídio em outubro de 2017 após ser alvo de um inquérito policial sob acusação de um suposto desvio de mais de 80 milhões de reais. O inquérito foi encerrado um ano após o suicídio por falta de provas. A delegada responsável pelo caso, Erika Marena, era ligada a Operação Lava Jato e chefe da Operação Ouvidos Moucos que apurava suspeita de fraude em contratos de fundações da UFSC.
“Faz cinco anos que esse homem se matou, pela pressão de uma polícia ignorante, de um promotor ignorante, de pessoas insensatas que condenaram as pessoas antes de investigar e antes de julgar”, declarou o presidente Lula.
O presidente lamentou ainda a falta de uma solenidade da Presidência da República sobre o caso. “A gente não pôde nem fazer um ato em homenagem a ele, porque, neste País, deixou de haver reunião de reitores há muito tempo”, afirmou.
Como consequência do inquérito o reitor chegou a ser destituído do cargo que ocupou por 16 meses, levado a uma prisão de segurança máxima e também foi proibido de frequentar as dependências da UFSC.