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Nota em defesa da democracia e contra a truculência parlamentar

Os acontecimentos da tarde desta terça-feira, no plenário da Câmara dos Deputados, espaço até então inviolável, revelam que a democracia brasileira está correndo sério risco. Sob o comando ou cumplicidade (talvez jamais saberemos) do presidente da Câmara, Hugo Motta, ocorreram cenas de violência nunca vistas naquele espaço parlamentar.

O uso desproporcional de força dentro da Casa do Povo contra as deputadas Sâmia Bomfim e Célia Xakriabá, jornalistas e também a agressão sofrida pelo deputado Glauber Braga, após sua remoção à força do plenário, agravam ainda mais a situação.

O fato ocorre apenas dois dias após manifestações em todo o país contra as muitas formas de violências que vitimam mulheres, evidenciando um cenário de desrespeito institucional e político às pautas de proteção e igualdade de gênero, bem como de ataque direto à liberdade de atuação parlamentar. Não basta que suas casas e as ruas sejam ambientes hostis às mulheres, agora o plenário da Câmara dos Deputados também o é.

Censura explícita foi praticada quando seguranças esvaziaram, à força, o plenário e retiraram jornalistas, impedindo o trabalho de profissionais de imprensa, culminando com o sinal da TV Câmara sendo desligado. Nunca fatos dessa natureza ocorreram no Congresso Nacional.

Foram atos graves e o presidente da Câmara não tomou nenhuma atitude que preservasse os princípios da democracia, o que eleva o perigo para a República, que parece estar à mercê da violência e da truculência, mesmo no Parlamento.

O PROIFES-Federação exige que se respeite a democracia e que a Presidência da Câmara dos Deputados apure, com rigor, os acontecimentos que geraram esses graves episódios.

A democracia corre perigo e o PROIFES-Federação está ao lado dos que a defendem.

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