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O que há de novo?

Já parou para pensar no impacto da carreira docente na sua saúde mental?

Por Ana Campos

Quando pensei em escrever um projeto sobre saúde mental e carreira docente para o edital do CNPq em 2022, tive medo de estar cavando uma área delicada da carreira e gerar polêmica sobre um tema que há muito tempo tem sido evitado nas universidades. Sabemos da importância de se ter saúde e sabemos que a carreira docente é desafiadora desde o início.

Porém, me incomoda acharmos que isso é “normal” e faz parte do processo da própria carreira. Será? Até quando teremos que entrar em verdadeiras disputas internas de egos, cargos, projetos, bolsas, financiamento, fama e até armários? Não sou vítima do sistema, pois me coloquei nessa engrenagem consciente e por conta própria todas as vezes que tentei editais, e mais ainda há alguns anos quando me candidatei a um cargo administrativo. Foram quatro anos de muitos aprendizados, mas também de adoecimento, perseguição e tristeza.

Em meio aos reptos e conquistas que permeiam o universo acadêmico, a partir de uma dor pessoal vi uma oportunidade ímpar para refletirmos sobre um tema crucial: o preço da carreira acadêmica. Para ser sincera nem tinha esperança de ser aprovada no edital, afinal vários nomes da saúde mental apresentariam projetos brilhantes. Mas, eu sabia que se mergulhasse a fundo no problema eu teria uma chance. Como em várias outras ocasiões, escrevi o projeto sozinha, de madrugada, enquanto meu filho dormia. Fiz isso por quatro dias, e não recomendo.

Então, este não é apenas um convite para responder a um questionário, mas um chamado para compartilhar suas experiências, desafios e anseios dentro desse ambiente que tanto amamos e dedicamos nossas vidas. O projeto já impacta no nome: “O preço da carreira acadêmica no Brasil: um estudo multinível sobre a invisibilidade da saúde mental de docentes universitários”. Com esse título espero que todos se sintam sensibilizados como eu a querer achar respostas e caminhos.

Essa pesquisa é nacional e terá uma amostra proporcional por região brasileira (se Deus quiser e se você me ajudar). É a chance de desvendar parte dos bastidores dessa jornada, os altos e baixos que muitas vezes ficam invisíveis aos olhos do público. Sabemos que ser um professor universitário é mais do que um trabalho; e também não pode e nem deve ser “por amor”. É equilibrar múltiplas demandas, lidar com pressões constantes e, ao mesmo tempo, nutrir a missão de formar profissionais.

Após viver momentos difíceis de saúde eu quero ser lembrada por estar fazendo parte de um movimento de transformação, onde nossas vozes e dores se unem em busca de um ambiente acadêmico mais justo, equilibrado e sustentável. Cada resposta é uma peça valiosa desse quebra-cabeça coletivo que estamos montando juntos.

Ao responder ao questionário, não apenas você estará refletindo sobre suas experiências pessoais, mas também contribuindo para um retrato fiel da realidade dos docentes no Brasil. Quais são os desafios que mais pesam em seus ombros? Como lidam com as cobranças acadêmicas e administrativas? Quais são os efeitos disso em sua saúde mental e bem-estar?

Com a sua participação, teremos a oportunidade de compreender melhor as nuances dessa carreira apaixonante e desafiadora. Mais do que isso, poderemos identificar áreas de melhoria, propor mudanças e promover um ambiente acadêmico mais humanamente habitável, eu diria.

Sua participação é simples e rápida. Nosso teste piloto indicou uma média de 10 a 12 minutos. Basta acessar neste link e dedicar alguns minutos do seu tempo para compartilhar suas vivências. E, para mais informações sobre o projeto ou para compartilhar suas reflexões, por favor, entre em contato conosco pelo Instagram da coordenadora @dra_anacampos

Vamos juntos construir um futuro acadêmico melhor!

Fonte: Unifesspa

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