VI Seminário de Comunicação do PROIFES debate os desafios da comunicação sindical na era da inteligência artificial

Na manhã desta quarta-feira (30) aconteceu em Florianópolis o VI Seminário de Comunicação do PROIFES-Federação. Coordenado pela diretoria de comunicação do PROIFES, o seminário reuniu comunicadores, dirigentes sindicais e especialistas para debater a temática “Comunicação Sindical na Era da IA”. Com a participação das equipes de comunicação de alguns sindicatos federados – ADURN, APUB, ADUFG, APUFSC, ADUFRGS, SINDEDUTEC e ADIFCE –, o evento abriu espaço para uma reflexão sobre os rumos da comunicação sindical em tempos de transformação digital e inteligência artificial. O presidente do PROIFES, Wellington Duarte, deu abertura ao seminário e destacou o papel fundamental da comunicação como ferramenta de resistência e mobilização. “A comunicação é um instrumento de luta. Este encontro é, acima de tudo, um ato de resistência frente aos desafios impostos à nossa organização sindical”, afirmou. A primeira participação foi da professora Dra. Ana Karin Nunes, diretora de comunicação da ADUFRGS e docente da UFRGS. Ela chamou atenção para a necessidade de encarar a comunicação como um campo científico. “O exercício do poder também se dá pela comunicação, que precisa ser compreendida em sua dimensão estratégica e científica”, disse. Ana Karin também apresentou dados da Pesquisa Digital 2025, destacando a urgência de posicionar a comunicação sindical de forma eficaz nas redes sociais e sugerindo estratégias para o uso mais assertivo da inteligência artificial no cotidiano das entidades. Na sequência, o jornalista e professor Leandro Fortes trouxe uma reflexão sobre as transformações no jornalismo e os impactos da era digital nas rotinas de produção de conteúdo. “Vivemos uma revolução que alterou profundamente as redações e a maneira como nos comunicamos com o público. Em meio a esse cenário, o jornalismo continua sendo essencial para combater a desinformação e fortalecer a democracia”, pontuou. Fortes também defendeu a necessidade de uma maior integração entre a comunicação do PROIFES e de seus sindicatos federados, para garantir o fortalecimento da Federação. Em seguida, a vice-presidenta da APUB e especialista em inteligência artificial, Bárbara Coelho, trouxe reflexões importantes sobre o impacto da IA no mercado de trabalho e nas rotinas de produção de conteúdo. Sua fala reforçou a necessidade de capacitação contínua e adaptação das ferramentas de comunicação sindical frente aos avanços tecnológicos. Ao final das exposições, os participantes construíram propostas para aprimorar as políticas de comunicação da Federação e dos sindicatos. O objetivo é fortalecer a presença sindical nos meios digitais, promover maior engajamento das bases e enfrentar os desafios impostos pela desinformação e pelas novas dinâmicas da comunicação. Encerrando o seminário, o diretor de comunicação do PROIFES, Jailson Alves, destacou que as discussões darão origem a um documento estratégico. “Deste encontro nascerá um texto que será levado ao nosso Conselho Deliberativo. Este documento será fundamental para nortear as futuras ações de comunicação da Federação”, destacou.
XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação debaterá os desafios da aposentadoria e previdência no Eixo 4

“Aposentadoria e Previdência: os desafios da defesa dos direitos dos aposentados e um balanço da FUNPRESP” será tema do Eixo 4 do XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação, que ocorrerá a partir do dia 30 de julho em Florianópolis. O eixo de debate reúne as proposições dos Grupos de Trabalho de Seguridade Social e Aposentados e traz uma análise sobre os impactos recentes nas políticas de aposentadoria e previdência, especialmente para os docentes do Magistério Superior e da Educação Básica, Técnica e Tecnológica (EBTT). Entre os principais pontos de debate estará o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2.135, realizado pelo Supremo Tribunal Federal em novembro de 2024. A decisão, que ainda aguarda a publicação do acórdão, consolidou a possibilidade de coexistência de múltiplos regimes de contratação no serviço público, abrindo caminho para o fim do Regime Jurídico Único (RJU), instituído pela Lei 8.112/1990. A flexibilização dos regimes de contratação traz consequências sérias para a previdência dos servidores, pois compromete a sustentabilidade do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e afeta diretamente a lógica de solidariedade intergeracional, parte fundamental do sistema previdenciário público. A adesão compulsória de novos servidores ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) enfraquece o RPPS e intensifica a precarização do serviço público. Outro foco do debate será a avaliação dos 13 anos de funcionamento da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (FUNPRESP). “Desde sua criação, o PROIFES-Federação tem acompanhado e cobrado mais transparência e participação dos docentes nos processos de gestão do fundo. Hoje, cinco diferentes gerações de docentes convivem nas Instituições Federais de Ensino, cada qual com regras previdenciárias distintas, realidade que demanda uma compreensão atualizada e políticas específicas de proteção e garantia de direitos”, afirmou a diretora de seguridade social do PROIFES, Raquel Nery. O Encontro também será um momento para reafirmar a articulação com entidades parceiras como o MOSAP (Movimento dos Servidores Aposentados e Pensionistas) e a ANAPAR (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão), e reforçar a mobilização pela extinção da contribuição previdenciária dos aposentados. Em especial, será discutida a atuação conjunta para o apensamento da PEC 555/2006 à PEC 06/2024, que visa justamente essa extinção progressiva. “O Eixo 4 reafirma o compromisso do PROIFES-Federação com a defesa da seguridade social, da previdência e da valorização dos docentes aposentados. Em um cenário de constante ameaça a direitos históricos, o Encontro Nacional será espaço fundamental para organização e resistência”, concluiu Raquel.
PROIFES participa de reunião do comitê assessor do órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental

Encontro ocorreu durante o VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, em Manaus O diretor de Políticas Educacionais do Proifes-Federação, Carlos Alberto Marques, está nesta semana em Manaus onde participa do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa. O evento reúne mais de 1,6 mil participantes de dez países para compartilhar experiências e pesquisas, fortalecer redes de cooperação e articular políticas públicas e respostas conjuntas diante das crises ambientais, sociais e climáticas. Bebeto Marques participou da reunião do comitê assessor do órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (Pnea), representando o Fórum Nacional de Educação (FNE). A reunião faz parte da programação do Congresso, que iniciou nesta segunda-feira, dia 21, e vai até sexta, 25. O encontro do qual Bebeto participou teve como pautas: conferências municipais, estaduais e nacional infanto-juvenil de educação ambiental; novo Plano Nacional de Educação (PNE); COP30; decreto que cria o Conselho Nacional de Educação Ambiental e o Sistema Nacional de Educação Ambiental. Com o tema “Educação ambiental e ação local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver”, o congresso propõe uma abordagem integradora entre saberes tradicionais, conhecimento científico e políticas públicas. A conferência de abertura realizada na noite de segunda-feira teve a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva. Durante o evento, será construída a Carta de Manaus, documento político-pedagógico que abordará os cinco eixos temáticos do congresso. Sobre a RedeLuso Criada em 2005, a Rede Lusófona de Educação Ambiental (RedeLuso) tem promovido o intercâmbio entre educadores ambientais de países de língua portuguesa. Desde sua criação, os congressos realizados pela rede vêm resultando em publicações científicas, projetos interinstitucionais, apoio a comunidades e influência em políticas públicas. A edição de 2025 reforça a centralidade da Amazônia nas discussões globais e consolida a região como um espaço de escuta e co-criação de soluções, conectando agendas locais a desafios globais. As discussões e propostas elaboradas ao longo dos cinco dias de programação visam não apenas fortalecer a educação ambiental na Amazônia, mas também inspirar políticas públicas nos países da CPLP com base na cooperação, no diálogo intercultural e na justiça climática. Fonte: APUFSC Sindical
CARTA DE BISSAU: Por uma educação pública transformadora na lusofonia

A diretora de direitos humanos do PROIFES, Rosangela Gonçalves e a integrante do CD, Barbara Coelho, representaram a Federação no evento que originou a carta Nós, participantes do Fórum Internacional “Promovendo Colaboração Efetiva para Reinventar a Educação Pública”, convocamos governantes, entidades patronais e todos os atores do setor educativo dos países de língua portuguesa a unirmos forças para transformar a educação pública no espaço da lusofonia. Reunidas em Bissau, no contexto da XV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), as organizações sindicais do setor educativo concluímos que a atual situação das escolas públicas e privadas exige um verdadeiro e renovado diálogo social e político. Os desafios enfrentados por crianças, jovens e trabalhadores da educação, nas escolas, universidades e centros de formação, impõem a necessidade de um esforço coletivo. É preciso promover uma cultura de diálogo, com mecanismos eficazes de colaboração que favoreçam a busca por soluções inovadoras, viáveis e adequadas às realidades de nossos países. Diante de um cenário global marcado por incertezas e grandes desafios para a humanidade, a lusofonia unida pode apontar caminhos. Com urgência, estratégia e vontade política, podemos realizar plenamente o potencial transformador da educação. Com diálogo e método, é possível superar antigos problemas — como a qualidade da educação, a relevância curricular, o acesso equitativo a profissionais qualificados e o subfinanciamento — e enfrentar os novos desafios, como a digitalização, a inteligência artificial e as mudanças climáticas. A sociedade exige uma escola melhor — e é nossa responsabilidade reinventá-la. Essa reinvenção exige um diálogo social e político institucionalizado, pautado no respeito, na confiança mútua e em mecanismos de participação efetiva. Essa é a base para construirmos coletivamente políticas públicas inovadoras, realistas e com impacto. É nossa obrigação, como parceiros sociais, contribuir ativamente para que a escola pública responda às demandas da sociedade e seja motor de um desenvolvimento social e econômico justo e sustentável. É imperativo que a CPLP em comunhão com as organizações sindicais atuem proativamente na defesa de políticas que garantam a inclusão e a formação adequada de educadores, assegurando que todos os profissionais do setor se sintam qualificados para utilizar as tecnologias digitais. O impacto da inteligência artificial no setor educativo é multifacetado e precisa de atenção imediata dos governantes para avançar com estabilidade, soluções éticas e substituições de tarefas cruciais no processo ensino-aprendizagem. Dessa forma, ao promover um diálogo social contínuo, é possível construir um modelo educacional que utilize as inovações tecnológicas não apenas como uma resposta aos desafios atuais, mas como um pilar para o desenvolvimento futuro das instituições de ensino no contexto dos países de língua portuguesa. Nós, organizações sindicais afiliadas à Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE) e à Internacional da Educação, afirmamos que há, em nossos países, conhecimento, criatividade e qualificação técnica suficientes para desenvolver políticas públicas capazes de enfrentar os desafios educacionais. Por isso, convocamos os governos, decisores políticos e entidades patronais a somarem-se à nossa iniciativa e colaborarem de forma efetiva na transformação da educação pública na lusofonia. É hora de cumprir, com coragem e compromisso, a promessa de uma educação de qualidade para todas e todos. Adotada em Bissau, 16 de julho de 2025.
Artigo: A Reforma Administrativa e o papel do Estado Brasileiro

Autores: Geovana Reis e Humberto Carlos Ruggeri Júnior* A disputa pelos rumos do país passa, necessariamente, por um debate sobre qual o papel do Estado brasileiro. No centro dessa discussão estão questões importantes como o tamanho, os custos e as atribuições do poder público. Essa polêmica voltou à pauta depois que o Congresso Nacional desenterrou a Proposta de Emenda Constitucional nº 32/2020 (PEC 32), editada durante o governo Bolsonaro, conhecida como a Reforma Administrativa. Sob o pretexto de modernizar, desburocratizar e cortar gastos, ela pretende acabar com o Regime Jurídico Único (RJU) e com concursos públicos, permitindo até cinco formas de contratação e pondo fim à estabilidade. Ficam de fora da PEC as chamadas carreiras típicas de Estado, atividades exclusivas do serviço público, como o Judiciário, as forças de segurança, o fisco e os militares. Também não serão afetados os atuais servidores vinculados ao RJU, ou seja, a mudança valerá apenas para quem ingressar no serviço público após a aprovação da proposta. Ataque ao serviço públicoSetores interessados no desmonte do serviço público já se manifestaram sobre o tema. Eles alegam que o Estado brasileiro está “inchado” e “caro”. Argumentam ainda que é necessário “modernizar” a administração pública, importando mantras da iniciativa privada como meritocracia e desburocratização. O que não é dito por este setor é que, por trás dessa retórica, está o sucateamento do serviço público. O RJU é uma conquista do povo brasileiro prevista na nossa Constituição Federal. Ele visa unificar as carreiras, evitando diversos vínculos e salários para o cumprimento da mesma função. A estabilidade, ponto central deste debate, também é imprescindível. Com ela, os servidores não precisam se curvar às vontades políticas do momento. Um exemplo marcante foi o caso das joias, avaliadas em R$ 16,5 milhões, que quase passaram ilegalmente pela alfândega do aeroporto de Guarulhos, em 2021. Na ocasião, nem mesmo a presença de um ministro conseguiu dissuadir os auditores de fazerem o seu trabalho com honestidade. Sem a estabilidade, dificilmente essa conduta isenta teria sido possível.É preciso deixar claro que a estabilidade não é um privilégio, mas sim uma proteção da autonomia e da legalidade na administração pública. A PEC 32 representa um passo perigoso na direção de um Estado cada vez mais controlado pelo Executivo, com menos estabilidade, maior vulnerabilidade à perseguição política. Salários mais baixos e Estado esvaziadoOutro ponto preocupante é a precarização do trabalho. A possibilidade de contratação de servidores em cargos temporários e a flexibilidade nos modelos de contratação têm também o claro objetivo de reduzir salários do funcionalismo. Isso também trará dificuldades para os proventos dos servidores que estão sob a égide do RJU, que estarão em um número cada vez menor, com menos força para reivindicar os seus direitos. Se hoje já é difícil conquistar um reajuste salarial para a nossa categoria, como será quando o governo tiver a possibilidade de contratar docentes com salários menores em vez de valorizar os servidores de carreira? Outra questão que merece a nossa atenção é a falácia de que o Estado brasileiro é inchado. De acordo com dados do CLP de 2021, apenas 12,45% dos trabalhadores do país atuam no setor público, quase metade da média da OCDE, que é de 23,48%.Esse percentual representa pouco mais da metade da média dos países da OCDE, que fica em 23,48%. Mesmo os EUA, normalmente citados como exemplo de gestão enxuta, têm 13,56%. A média salarial dos servidores também não é tão alta quanto se imagina. De acordo com o Censo dos Concursos, a média salarial do serviço público em 2024 foi de R$ 4.100,00. Além disso, a maioria destes trabalhadores está lotada nos municípios. Os salários astronômicos estão localizados no Judiciário, no Legislativo e no alto escalão das Forças Armadas, justamente os setores que ficaram de fora da PEC. O papel do Estado brasileiroA PEC 32, sob o pretexto de modernização, representa na verdade um enfraquecimento do serviço público e um risco à qualidade dos serviços prestados à população. Ao acabar com a estabilidade e permitir vínculos precários, a proposta favorece interesses políticos e compromete o atendimento em áreas essenciais como saúde, educação e assistência social. Em vez de desmontar e precarizar o serviço público, o Brasil precisa fortalecê-lo, com melhores condições de trabalho, valorização dos servidores e ampliação da presença do Estado para as pessoas que mais precisam. Por isso, a sociedade deve rejeitar a Reforma Administrativa e defender um Estado comprometido com os direitos da maioria e a construção de uma democracia mais justa e inclusiva. Geovana ReisPresidenta do Adufg-Sindicato e professora da Faculdade de Educação da UFG Humberto Carlos Ruggeri JúniorVice-Presidente do Adufg-Sindicato e Vice-diretor da Escola de Escola de Engenharia Civil e Ambiental da UFG
Nota do PROIFES-Federação contra o projeto de lei que autoriza a devastação ambiental

A aprovação, na madrugada desta quinta-feira (17), pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei que flexibiliza as regras gerais de licenciamento ambiental — um substitutivo ao PL 2159/21, com parecer favorável do relator, deputado Zé Vitor (PL- MG) — representa um grave retrocesso. Trata-se de um ataque direto ao meio ambiente e da legalização da submissão do patrimônio natural brasileiro a interesses meramente econômicos. O texto agora segue para sanção presidencial. A proposta aprovada traz medidas extremamente preocupantes. Entre elas, a criação de novos tipos de licença, como a Licença Ambiental Especial (LAE), que poderá ser concedida mesmo para empreendimentos com potencial significativo de degradação ambiental. Também está prevista a Licença por Adesão e Compromisso (LAC), um modelo de licenciamento simplificado que dispensa estudos de impacto ambiental. Na prática, trata-se de uma autorização para que empreendedores atuem sem fiscalização prévia — uma licença para a “raposa cuidar do galinheiro”. A LAC poderá ser aplicada, por exemplo, a serviços eobras de duplicação de rodovias e à instalação de linhas detransmissão em faixas de domínio. Medidas assimfragilizam o controle ambiental e podem gerar impactos devastadores, especialmente sobre terras indígenas, com limitações explícitas à atuação da FUNAI. Áreas quilombolas, bens culturais tombados e unidades de conservação também correm sérios riscos de degradação. Outro ponto alarmante é a previsão de renovação automática das licenças ambientais, por igual período,mediante simples declaração online do empreendedor.Associada ao enfraquecimento das exigências legais e da fiscalização, essa medida institucionaliza a impunidade e favorece a continuidade da destruição ambiental. O que se aprovou não é avanço, tampouco modernização. É devastação ininstitucionalizada. É um atentado contra o direito constitucional de todos os brasileiros a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. O PROIFES-Federação é veementemente contra esse Projeto de Lei e exige uma resposta enérgica do poder executivo, que pelo seu poder constitucional, pode vetar essa agressão ao meio ambiente e ao direito das gerações futuras de usufruir de um meio ambiente saudável.
Eixo 3 do XXI Encontro Nacional do PROIFES propõe reflexão sobre direitos humanos, diversidade e a luta contra o adoecimento nas universidades e institutos federais

O XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação, que acontecerá a partir do dia 30 de julho em Florianópolis, terá, em seu Eixo 3, uma discussão sobre os Direitos Humanos e a luta pela inclusão, equidade e contra todas as formas de preconceito e discriminação, com atenção especial ao cenário de retrocessos vividos nos últimos anos. Durante as gestões Temer e Bolsonaro, o Brasil assistiu a ataques sistemáticos a direitos básicos, especialmente relacionados à gênero, sexualidade, religiosidade, cor e etnia. Embora algumas reparações estejam em curso, ainda há um longo caminho de reconstrução e resistência exigindo ação firme dos movimentos sociais, das entidades sindicais e das instituições educacionais. “Enfrentamos um contexto de adoecimento generalizado nas universidades e institutos federais, fruto de anos de políticas desestruturantes e ataques ideológicos. Os danos à saúde mental e física dos trabalhadores e trabalhadoras da educação exigem enfrentamento direto, tanto no campo político quanto no cotidiano institucional”, afirmou a coordenadora do eixo e diretora de direitos humanos do PROIFES, Rosangela Gonçalves. O eixo 3 também propõe uma reflexão sobre o conflito epistemológico em torno do conceito de “público”: enquanto princípios republicanos e constitucionais são relativizados por uma moral religiosa imposta, em especial por segmentos neopentecostais com crescente influência política, vemos a urgência de reafirmar a laicidade do Estado, a liberdade de crença e a valorização da diversidade como princípios fundamentais da educação e da convivência democrática. A resistência a políticas públicas de inclusão, como o sistema de cotas, demonstra como a narrativa moralista e neoliberal busca manter os mais vulneráveis à margem, minando o acesso e a permanência da população negra, indígena, LGBTQIAPN+ e periférica nos espaços de poder e saber. O Eixo 3 convida os participantes do XXI Encontro Nacional a construírem coletivamente uma agenda de lutas que enfrente a violência simbólica e física, o racismo estrutural, a LGBTQIAPN+fobia, o feminicídio e todas as formas de opressão. “Mais do que debater, é hora de agir com coragem e consciência coletiva. A defesa da vida, da ciência, da equidade e da democracia passa, necessariamente, pelo enfrentamento das ideologias que buscam excluir, controlar e silenciar”, concluiu Rosangela.
Educação pública: Como incidir mais e melhor nos governos lusófonos – Por Heleno Araújo

A questão que se coloca é sobre a capacidade dos sindicatos e governos empreenderem forças para transformar a educação pública e promover as mudanças necessárias Acontece entre os dias 15 e 18 de julho, na Guiné-Bissau, a Cúpula dos Chefes de Estado dos países lusófonos. Para aproveitar essa oportunidade, a Internacional da Educação (IE) e a Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE) estão realizando uma atividade paralela no marco da Campanha global “Pela Escola Pública: investir na educação”. A partir da realização do fórum “Promovendo colaboração efetiva para reinventar a educação pública”, estamos aqui reunidos com o propósito de promover uma nova dinâmica de colaboração entre os sindicatos de educadores e de educadoras dos países que falam português no mundo e seus governantes, com o objetivo de transformar a educação pública. Atualmente, a educação pública nos países de língua portuguesa enfrenta grandes dificuldades. A inflação contínua e crescente reduz ainda mais os já limitados orçamentos destinados à educação. Além disso, o pagamento das dívidas externas e o fraco crescimento econômico restringem a capacidade dos governos de investir mais nesse setor. A ajuda internacional, que antes contribuía com programas educacionais em nossos países, está sendo cortada ou encerrada. Nesse cenário, a qualidade do ensino e dos sistemas educacionais em geral sofre bastante. As salas de aula, os materiais de ensino e as próprias condições de trabalho dos educadores e das educadoras estão em condições precárias e, o que é mais grave, piorando rapidamente. Os conteúdos ensinados muitas vezes não correspondem às necessidades e desafios do mundo atual. As condições de trabalho para os/as profissionais da educação não são atrativas, o que dificulta a contratação de novos/as educadores/as e afeta o próprio interesse pela profissão. Como resultado, há uma crescente escassez de professores/as qualificados/as, como apontou o Painel de Alto Nível instituído pela ONU, do qual falamos tanto por aqui nas colunas passadas. Isso afeta principalmente as crianças e jovens em situação de vulnerabilidade, que continuam sem acesso a uma educação de qualidade, atrasando o progresso social e econômico com justiça que tanto almejamos. Diante disso, a questão que se coloca é sobre a capacidade dos sindicatos e governos empreenderem forças para transformar a educação pública. Como reinventá-la para enfrentar os desafios atuais e futuros? Como podemos aproveitar ao máximo o potencial da educação para promover um desenvolvimento justo, verdadeiro e sustentável? Quais reformas políticas devem ser priorizadas para atender às necessidades das crianças, dos jovens e da sociedade como um todo? Há diversos desafios de natureza cultural, estrutural e institucional que dificultam a implementação de reformas políticas voltadas para as prioridades educacionais dos nossos países. Além mesmo dos projetos políticos contraditórios que certamente também existem. Ainda persiste a ideia, por exemplo, de que políticas educacionais que são de fora dos nossos países podem ser simplesmente replicadas em nossos contextos, sem adaptações. Também é comum pensar que os/as profissionais da educação devem se envolver apenas em discussões sobre salários, enquanto decisões estratégicas mais amplas são vistas como responsabilidade exclusiva de especialistas ou de governos. Do ponto de vista estrutural, a situação é agravada pela ausência de canais eficazes de diálogo entre educadores/as, seus sindicatos e os formuladores de políticas, que fazem a gestão do Estado. Trata-se do que já abordamos por aqui: temos uma cultura política, que é estrutural na maior parte de nossos países, avessa à prática e à valorização do diálogo e da concertação sociais. Por outro lado, e o que também dificulta o exercício do diálogo social, é a falta ao acesso a dados confiáveis e atualizados que possam embasar decisões, além da inexistência de mecanismos para acompanhar, avaliar e ajustar as políticas implementadas. E isso especialmente afeta os nossos sindicatos: os governos não têm o hábito de exercer a transparência, obstaculizando o acesso às informações atinentes da própria carreira. E isso persiste mesmo em tempos da Lei de Acesso à Informação (LAI), como temos no Brasil. Já do ponto de vista institucional, convivemos ainda com graves limitações na capacidade técnica para desenvolver políticas bem fundamentadas em nível nacional. No caso brasileiro, em que temos um sistema interfederativo, a formulação e elaboração de uma política pública educacional em nível nacional, desconsidera, não raro, as especificidades dos estados e munícipios. E das próprias modalidades de ensino, que são diferentes e diversas e, por isso, os formuladores federais devem ter esse olhar apurado. Esses são apenas alguns dos muitos desafios que dificultam a formulação de reformas educacionais eficazes. Para superá-los, é essencial construir bases sólidas que permitam criar políticas inovadoras, colocá-las em prática com eficiência e avaliá-las de forma objetiva. E estamos aqui reunidos, em uma ação articulada e integrada entre a IE e a CPLP-SE, justamente para tentar criar soluções a esses impasses. Que ao menos seja possível entre os países lusófonos para, assim, se for possível obtermos êxito aqui, podermos expandir estratégias para todas as outras regiões em que a IE tem representação política. A luta por uma educação pública de qualidade exige que os governos se apropriem dessa pauta dos sindicatos para, somente assim, elas serem implementadas enquanto boas políticas públicas educacionais. Fonte: Revista Fórum
Nota de pesar do PROIFES-Federação pelo acidente com estudantes a caminho do Congresso da UNE em Goiás

O PROIFES‑Federação manifesta profundo pesar pelo grave acidente ocorrido na madrugada desta quarta‑feira (16) na BR‑153, no município de Porangatu (GO), envolvendo um caminhão, um micro‑ônibus e um ônibus que transportava estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA), a caminho de Goiânia para participar do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). De acordo com informações iniciais, a tragédia resultou na morte de pelo menos cinco pessoas, entre elas, três estudantes, o motorista do ônibus e o condutor da carreta, que teria invadido a contramão. Há ainda passageiros feridos, que estão recebendo atendimento das equipes de emergência mobilizadas no local. Essa tragédia comove toda a comunidade acadêmica brasileira. Estudantes que partiam para exercitar o debate, a mobilização e o fortalecimento da educação como espaço de transformação tiveram seus sonhos e trajetórias interrompidos de forma abrupta. O PROIFES‑Federação expressa sua solidariedade à Universidade Federal do Pará, à União Nacional dos Estudantes, e, em especial, às famílias, colegas e amigos das vítimas. Que a lembrança e o engajamento desses jovens no fortalecimento da educação e da cidadania sirvam de inspiração e motivação para que sigamos firmes na luta por um Brasil mais igualitário e humano. PROIFES-Federação
Em Guiné-Bissau, PROIFES participa de encontro internacional em defesa da educação pública

Entre os dias 15 e 18 de julho, a diretora de Direitos Humanos do PROIFES-Federação, Rosangela Gonçalves, e a integrante do Conselho Deliberativo, Barbara Coelho, participam, em Bissau, capital da Guiné-Bissau, de uma atividade no marco da campanha “Pela Escola Pública: Investir na Educação”. O evento é realizado pela Internacional da Educação (IE) e pela Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE). A atividade reúne lideranças sindicais da educação de diversos países e tem como foco central o fortalecimento da educação pública, o investimento no trabalho docente e a articulação sindical internacional. A abertura oficial contou com a presença do Ministro da Educação da Guiné-Bissau, que já recebeu a delegação em audiência. A programação segue até sexta-feira, 18 de julho, com reuniões, debates e articulações paralelas entre lideranças sindicais e representantes governamentais. “Estou participando, por intermédio da Federação, do encontro na Guiné-Bissau, dentro de uma perspectiva de investir na escola pública, investir na educação. Estamos com o sindicato da Guiné-Bissau e de outros países de língua portuguesa para movimentar o trabalho docente a partir da liderança dos sindicatos, pelo entendimento de que a educação pública é importante e fundamental para os países”, relatou Rosangela. A CPLP-SE é a Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa, formada por sindicatos da educação dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A organização atua promovendo a cooperação internacional entre trabalhadoras e trabalhadores da educação, com foco na valorização do magistério, na defesa de políticas públicas educacionais e no fortalecimento da democracia nos países lusófonos. A ação da CPLP-SE, em parceria com a Internacional da Educação, marca a primeira grande atividade do tipo realizada em solo bissauense. A programação ocorre paralelamente a encontros políticos entre representantes dos governos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), fortalecendo a conexão entre a sociedade civil organizada e as instâncias governamentais. “O princípio democrático está dentro da CPLP. As relações sociais organizadas, principalmente os sindicatos, são parte desse princípio. A educação pública de qualidade só acrescenta poder aos países”, afirmou Rosangela. Fonte: SINDIEDUTEC