Instituições federais ganham destaque em ranking de Stanford

Quase metade dos cientistas brasileiros mais influentes do planeta é vinculada a institutos e universidades federais, que são ligados ao MEC. Pesquisa analisou produção científica de mais de 200 mil pesquisadores pelo mundo s institutos e as universidades federais, instituições vinculadas ao Ministério da Educação (MEC), ganharam destaque em estudo produzido pela Universidade de Stanford, dos Estados Unidos. Esta é a sétima edição do projeto, que fornece métricas padronizadas para avaliar o impacto dos pesquisadores em diversas áreas do conhecimento e listar os cientistas mais influentes do mundo.  O levantamento, publicado em setembro, possibilita duas consultas: uma é referente ao impacto específico das pesquisas dos cientistas no ano de 2023, e a outra é focada na carreira dos pesquisadores.  As listagens que destacam os pesquisadores mais influentes e os mais citados do mundo ao longo de suas carreiras reafirmam a importância das instituições públicas federais do Brasil na consolidação da pesquisa de ponta no País, tanto em termos de relevância quanto de impacto ao longo do tempo.  A primeira lista, que trata do impacto de 2023, reúne aproximadamente 223 mil cientistas, com 1.340 brasileiros entre eles. Desses, 612 estão vinculados a universidades federais e quatro a institutos federais, o que representa 46% dos brasileiros incluídos.   Já na segunda lista, que analisa cerca de 217 mil cientistas mais citados ao longo de suas trajetórias, aparecem 1.077 brasileiros, dos quais 1.075 pertencem a universidades federais e dois a institutos federais, compondo 44% dos brasileiros contemplados.  Metodologia – As listas apresentam os 100 mil classificados pelo c-score, indicador que leva em consideração o impacto das citações, e aqueles que estão no percentual de 2% superior em seu subcampo de atuação, tanto no ano de 2023 como ao longo de toda a sua carreira. Os resultados indicam a performance dos cientistas em 22 campos e 174 subcampos do conhecimento, utilizando informações da plataforma Scopus.   Entre as métricas usadas para a classificação dos cientistas, estão o índice h (indicador que quantifica as citações dos artigos mais mencionados de cada cientista e pesquisador, avaliando sua produtividade e seu impacto); o índice hm (índice h ajustado ao número de coautores de cada artigo); e o número de citações para artigos de acordo com a posição de autoria (autor único, primeiro autor e último autor), o que possibilita calcular o indicador composto, chamado c-score, desconsiderando as autocitações.  Fonte: MEC, com informações da Secretaria de Educação Superior (Sesu) 

PROIFES discute políticas para sistemas educacionais inteligentes em relação ao clima em reunião da Internacional da Educação (IE)

Nesta segunda-feira (30), o diretor de Políticas Educacionais do PROIFES, Carlos Alberto Marques, representou a Federação em um encontro promovido pela Internacional da Educação (IE), que teve como tema central as “Políticas para Sistemas Educacionais Inteligentes em Relação ao Clima”, abordando a urgente necessidade de envolver professores e instituições de ensino na luta contra a crise climática. Durante a reunião, foi apresentado um documento guia contendo interrogações e estratégias para orientar políticas públicas que integrem o tema aos sistemas educacionais. De acordo com Carlos Alberto, o material oferece ferramentas práticas que podem ser utilizadas em diferentes subtemas e dimensões, ajudando na criação de políticas eficazes para enfrentar os desafios ambientais que afetam diretamente o futuro da educação e das gerações. Entre as dimensões abordadas no documento, destacam-se: Marques destacou a relevância do tema para a Federação. “O PROIFES é proativo em assuntos como a questão climática, pois afeta a todos/as, não tem fronteiras e tampouco é específico a uma ou outra categoria de trabalhadores, exigindo políticas públicas e formação profissional, especialmente de professores. O contido no documento internacional é muito relevante. Algo que vai ao encontro de algumas propostas legislativas sobre Educação Ambiental e Climática, além da Nova PNEA (Mudança do Clima e Desastres Socioambientais). Inclusive, ajuda nas discussões sobre o novo PNE, que se encontra em tramitação no Congresso”, afirmou Carlos Alberto. Confira o documento na íntegra: Internacional da EducaçãoA IE é a federação sindical internacional que reúne organizações de docentes e outros trabalhadores da educação de todo o mundo. Por meio de suas 383 organizações membros, entre elas o PROIFES, representa mais de 32 milhões de docentes e demais profissionais da educação em 178 países e territórios. O PROIFES é o único filiado do Brasil à IE que representa docentes do ensino superior.

Aposentadoria: Um bom planejamento é fundamental

A aposentadoria é um dos momentos mais esperados na vida de muitos servidores públicos, mas também pode ser um período desafiador. No terceiro episódio da série “O Futuro em Debate: Planejamento e desafios na aposentadoria dos servidores e servidoras”, abordamos a importância de um bom planejamento para garantir uma transição tranquila para essa nova fase. Além do planejamento financeiro, aspectos emocionais e psicológicos desempenham um papel crucial para que o servidor esteja preparado de forma ampla. Para entender melhor como essa preparação pode ser feita, entrevistamos Luciani Soares Silva Macêdo, psicóloga e coordenadora do Programa Vida com Maturidade da UFRN, que há mais de 20 anos auxilia os servidores nesse processo. Luciani explica que “A preparação para aposentadoria vai além do planejamento financeiro, porque envolve uma reavaliação da vida como um todo, é uma reflexão bem pessoal de identificação do momento certo de mudar o que faz, como e quando. Refletir sobre aposentadoria envolve refletir sobre os projetos já alcançados e que ainda se deseja desenvolver na carreira profissional, na vida pessoal e familiar”. Luciani também destacou que evitar o tema pode fragilizar esse direito, especialmente em um cenário de incertezas trazidas pelas recentes reformas previdenciárias: “Evitar pensar sobre aposentadoria tem ajudado a fragilizar esse direito. Os dispositivos legais sobre aposentadoria têm sido alvo de várias mudanças pelas reformas previdenciárias e trazido incertezas da possibilidade de alcance desse direito.” Além das questões financeiras, os desafios emocionais e psicológicos são uma parte essencial da transição para a aposentadoria. Muitos professores, por exemplo, encaram a docência como parte central de suas vidas, o que pode dificultar a adaptação à nova rotina. Segundo Luciani, “É comum entre os docentes não se planejarem para aposentadoria ou construírem suas perspectivas de aposentadoria em torno do trabalho, para eles a aposentadoria não necessariamente representa o término da vida de trabalho”. Nesse sentido, o Programa Vida com Maturidade da UFRN oferece uma série de ações voltadas à educação para a aposentadoria, desde o ingresso do servidor na instituição. Entre os serviços disponíveis, estão dois cursos fundamentais: um voltado para os servidores ingressantes, que busca refletir sobre a construção de um projeto de vida pessoal e profissional, e outro para servidores com mais de 25 anos de trabalho, que ajuda na reavaliação da trajetória profissional e no planejamento do pós-carreira. Esses cursos fornecem as ferramentas necessárias para que o servidor desenvolva um envelhecimento ativo e um planejamento de vida pós-trabalho. Outro ponto importante para uma aposentadoria bem-sucedida é criar uma rede de apoio com colegas e familiares, como explica Luciani: “Pensar sobre aposentadoria com familiares e amigos próximos ajuda a construir objetivos realistas e em comum, até porque pretende se manter a convivência prazerosa, produtiva e evitar o isolamento social.” O planejamento para a aposentadoria é, portanto, um processo que deve ser pensado de forma integrada, levando em consideração não só as finanças, mas também a saúde, os projetos pessoais e as relações sociais. Esse foi mais um episódio da série “O Futuro em Debate”. No próximo, discutir como os professores e professoras podem manter e até melhorar sua qualidade de vida após a aposentadoria. Fonte: ADURN Sindicato

PROIFES-Federação participa de encontros sobre Previdência Complementar e Saúde de Autogestão promovidos pela ANAPAR

A ANAPAR (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão e dos Beneficiários de Saúde Suplementar de Autogestão) realizou, na quinta-feira (26), o Encontro de Dirigentes de Entidades Fechadas de Previdência Complementar e, nesta sexta-feira (27), o II Seminário de Autogestão em Saúde. Raquel Nery, diretora de seguridade social do PROIFES-Federação, representou a federação em ambos os dias do evento, que ocorreu no Rio de Janeiro. No encontro de quinta-feira, cujo foco foi o compromisso dos dirigentes com os direitos dos participantes, foram debatidos temas como o dever fiduciário dos dirigentes dos fundos de previdência complementar, o direito patrimonial disponível e as implicações da Resolução nº 50/2022 do Conselho Nacional de Previdência Complementar. Também foi abordada uma agenda positiva para as EFPC (Entidades Fechadas de Previdência Complementar), fundamental para a gestão e acompanhamento dos fundos de previdência e para a preservação dos direitos dos participantes. Outro ponto de destaque foi a relação entre as EFPC e os sindicatos, considerando o papel desses na promoção de uma cultura previdenciária, ainda incipiente no contexto brasileiro. Já no II Seminário de Autogestão em Saúde, discutiu-se o papel dos beneficiários no fortalecimento dos planos de saúde de autogestão. Aspectos normativos, como a tramitação do PL 7419/2006, atualizações da regulação da autogestão e os desafios do CPC 33 — norma contábil que impõe a instituições financeiras o dever de constituir provisões atuariais para “benefícios pós-emprego”, como planos de saúde e previdência complementar —, foram amplamente debatidos. Raquel Nery destacou a relevância do evento: “A ANAPAR promove anualmente esse conjunto de discussões, que têm como público-alvo os participantes de fundos de previdência complementar e de planos de saúde de autogestão, mas que também envolvem os dirigentes sindicais. Isso se deve à intersecção entre os interesses dos participantes desses fundos e os interesses dos trabalhadores organizados em suas associações de classe. Atualmente, mais de 50% dos participantes da FUNPRESP são docentes do magistério superior e do EBTT, o que confirma essa convergência de pautas e interesses”. Além disso, Raquel ressaltou que é no contexto da ação sindical que se pode instituir e fortalecer a cultura previdenciária, essencial para que os trabalhadores acompanhem e participem continuamente (e não apenas na aposentadoria) dos processos políticos e normativos que afetam diretamente suas vidas. A diretora ainda frisou a importância dessas discussões para a atuação da diretoria de seguridade social do PROIFES, fornecendo subsídios para a formulação de políticas que serão debatidas no XX Encontro Nacional, um momento importante de tomada de decisões.

PEC 139/2015: Ataque ao abono de permanência ameaça direitos dos servidores públicos

Recentemente, a PEC 139/2015, que busca extinguir o direito ao abono de permanência para servidores públicos, voltou a ganhar força no Congresso Nacional. No último dia 13, o deputado Gilson Marques (NOVO/SC) foi novamente designado como relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. O parlamentar já havia se mostrado favorável à admissibilidade da proposta em 2019. A PEC, que tramita desde 2016, tem um histórico de idas e vindas na CCJC. Apresentada pelo Poder Executivo, passou pela relatoria do então deputado André Fufuca, que, em 2016, devolveu o texto sem emitir parecer. Três anos depois, Gilson Marques foi designado relator, posicionando-se a favor da constitucionalidade da matéria. No entanto, a proposta não foi votada até o fim da legislatura, e Marques deixou de ser membro da CCJC. Em junho de 2023, ele retornou à Comissão, e seu parecer foi mantido. Entenda o abono de permanência O abono de permanência é um direito garantido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003, e desempenha um papel importante na retenção de servidores experientes e qualificados na ativa, evitando a aposentadoria prematura. Ao optar por continuar no serviço público, os servidores ajudam a manter o bom funcionamento da Administração Pública, sobretudo em um cenário de escassez de mão de obra em diversas áreas. A justificativa da PEC 139/2015 alega que o abono foi criado em um período de redução do quadro de servidores, mas que, em 2014, esse quadro já havia sido recomposto. O argumento central é de que o fim do benefício geraria economia aos cofres públicos, já que o abono corresponde ao mesmo percentual da contribuição previdenciária (11%). O PROIFES-Federação alerta que a aprovação da PEC pode gerar uma onda de aposentadorias, deixando o serviço público com menos servidores e sobrecarregando ainda mais os que permanecerem. Além disso, o fim do abono comprometeria o orçamento de muitos servidores que, ao se aposentar, enfrentam uma queda significativa de rendimentos e continuam contribuindo para a Previdência, mesmo sem os benefícios da ativa, como o auxílio-alimentação. Próximos passos Após a apresentação na CCJC, o presidente da Câmara, quando achar oportuno, pode constituir uma comissão especial para analisar o mérito da proposta. Se aprovada pela comissão, o texto deve ser analisado e votado pelo Plenário, o que deve ocorrer em um prazo regimental de 40 sessões. Como se trata de uma PEC, precisa ser votada em dois turnos, tanto na Câmara quanto no Senado. O PROIFES-Federação, juntamente com outras entidades defensoras dos servidores públicos, continuará sua luta no Congresso Nacional para garantir a manutenção dos direitos dos servidores.

Senado discute Plano Nacional de Educação para os próximos dez anos

O novo Plano Nacional de Educação (PNE) é tema de uma audiência pública marcada para a próxima segunda-feira (30), às 10h. Promovido pela Comissão de Educação (CE), o debate foi sugerido pelo presidente do colegiado, senador Flávio Arns (PSB-PR), e pelos senadores Marcelo Castro (MDB-PI), Teresa Leitão (PT-PE) e Zequinha Marinho (Podemos-PA). A audiência pública é a sexta de um ciclo de debates sobre o novo PNE. Os parlamentares analisam o projeto de lei (PL) 2.614/2024, que institui o plano com vigência entre 2024 e 2034. Antes de ser votada no Senado, a matéria encaminhada pelo Poder Executivo precisa passar pela Câmara dos Deputados. O PNE 2014-2024 perdeu a validade em junho. De acordo com o Ministério da Educação, o nível de alcance médio dos indicadores foi de 76,6%. No entanto, 9 de 53 indicadores apresentaram nível médio de alcance inferior a 50%. “O Senado deve aprofundar o debate acerca do novo PNE. A Meta 20 do PNE 2014-2024 foi praticamente revogada pelo arcabouço fiscal instituído pelo teto de gastos, de modo que se faz necessário conceber o novo PNE como pilar estratégico de um projeto de desenvolvimento nacional, tornando exequíveis as metas relativas aos investimentos públicos em educação”, argumenta Teresa Leitão. A reunião da próxima segunda-feira deve contar com os seguintes convidados: Como participar O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis. Fonte: Agência Senado

Diretor de Políticas Educacionais do PROIFES assume coordenação de Comissão no Fórum Nacional de Educação

Nesta segunda-feira (23), a Comissão Especial de Monitoramento e Sistematização (CEMS) do Fórum Nacional de Educação (FNE) escolheu Carlos Alberto Marques, Diretor de Políticas Educacionais do PROIFES e representante da Federação no Fórum, para compor a equipe responsável pela coordenação da CEMS. Carlos Alberto será um dos responsáveis por uma das principais atividades da Comissão: a finalização dos estudos comparativos entre o texto final da Conferência Nacional de Educação (CONAE) 2024 e o Projeto de Lei nº 2614/2024, que propõe um novo Plano Nacional de Educação (PNE), atualmente em tramitação no Congresso Nacional. “A principal missão da CEMS neste momento é a conclusão desses estudos, que têm como foco alinhar as propostas da CONAE com o novo PNE, buscando garantir que as diretrizes educacionais definidas pela conferência estejam adequadamente representadas na legislação federal”, afirmou o Diretor de Políticas Educacionais do PROIFES. Em sua atuação, o diretor já finalizou a análise referente ao Eixo 7 da CONAE, que aborda os compromissos com o desenvolvimento socioambiental sustentável e os aspectos relacionados à Educação Ambiental no texto do PL 2614/2024. Além do trabalho técnico de análise, a comissão também terá um papel ativo nos debates junto ao Congresso Nacional durante a tramitação do PL, bem como na articulação com estados e municípios no processo de implementação dos novos Planos Estaduais de Educação. Também foram designados para a coordenação da comissão Roberta Gudes, representante da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), e Cleber Vieira, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC. O PROIFES-Federação reafirma seu compromisso com a educação pública de qualidade, inclusiva, sustentável e socialmente referenciada, e mantém ativa sua colaboração com o Fórum Nacional de Educação. Confira no artigo 20 do regimento do FNE as principais atribuições da CEMS:

Novo PNE precisa suprir desigualdades educacionais, apontam especialistas

Ações efetivas para corrigir a falta de equidade no acesso e permanência escolar para indígenas, negros e quilombolas foram defendidas por especialistas que participaram de audiência pública da Comissão de Educação e Cultura (CE), nesta segunda-feira (23). Este foi o quinto debate do colegiado sobre o projeto de lei do governo (PL 2.614/2024), que institui o novo Plano Nacional de Educação (PNE) 2024-2034. A audiência foi coordenada pelo senador Flávio Arns (PSB-PR), que preside a CE e a requereu.  Entre os 18 objetivos do projeto de lei para o novo PNE, que ainda tramita na Câmara dos Deputados, está o que garante o “acesso, a qualidade da oferta e a permanência em todos os níveis, etapas e modalidades na educação escolar indígena, na educação do campo e na educação escolar quilombola”. No entanto, os debatedores alegaram que não basta apenas inserir o dispositivo no texto, é preciso priorizar efetivamente essa política pública com ações específicas que estejam conectadas à realidade dessa população mais vulnerável.  A coordenadora da União de Núcleos de Educação Popular para Negras e para a Classe Trabalhadora (Uneafro), Adriana de Cássia Moreira, destacou que o acesso à educação no Brasil é marcado por desigualdades regionais, socioeconômicas e de raça e cor. Em sua avaliação, o novo PNE precisa levar em consideração a vulnerabilidade dessas pessoas para que as famílias superem os desafios de manter a criança ou o jovem na escola.  Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) sobre a educação infantil, por exemplo, mostram que, entre os 25% mais pobres, 26% das crianças de zero a três anos estão matriculadas em creches. Já entre os 25% mais ricos, esse número chega a 55%. As crianças negras representam 45,1% do total de matrículas em creches.  — Por exemplo, se na família tem um indivíduo que está privado da sua liberdade, e […] esse é um elemento que impacta do desenvolvimento de suas crianças, então a gente tem que assegurar que essa família, que essa criança tenha uma vaga em creche — afirmou. Analfabetismo  Já a taxa de analfabetismo entre pretos e pardos, de acordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é mais do que o dobro das observadas entre os brancos, observou Adriana Moreira. Enquanto o índice de pretos e pardos que não sabem ler e escrever é de 10,1% e 8,8%, respectivamente, o percentual entre pessoas brancas é de 4,3%. E a taxa entre os indígenas é quase quatro vezes maior.  Mesmo reconhecendo que, entre 2010 e 2022, a diferença entre as taxas de analfabetismo de brancos e pretos diminuiu de 8,5 para 5,8 pontos percentuais, Adriana Moreira considera importante que o PNE considere o princípio de equidade racial e de gênero como uma estratégia fundamental para constituir crianças e adolescentes negros como sujeitos da aprendizagem no sistema nacional da educação.  Isso significa, explicou, que as políticas de alfabetização devem levar em consideração elementos de gênero e raça. Para ela, a Política de Alfabetização na Idade Certa não está conseguindo reduzir os padrões de desigualdade no acesso à alfabetização porque somente leva em consideração um sistema educacional e cognitivo para a preservação de uma “cultura de branquitude”, sem considerar os desafios e vulnerabilidades dos que estão fora dessa realidade.  — Se você não considerar todos esses elementos, atravessando todo o processo de alfabetização, essas crianças terão mais dificuldade de se alfabetizar. Portanto, abolir a ideia de alfabetização na idade certa e construir processos de alfabetização a partir da perspectiva que está colocada nas diretrizes curriculares para as relações étnico raciais é fundamental para […] reduzir a distorção dos padrões de acesso a alfabetização, de desenvolvimento — continuou.  A representante do Fórum Nacional de Educação do Campo (Fonec), Mônica Castagna Molina, apontou a necessidade de o projeto não perder de vista o que foi aprovado na Conferência Nacional de  Educação (Conae), etapa que embasou as discussões e a elaboração do novo PNE no âmbito do grupo de trabalho do Ministério da Educação. Ela disse ser importante ter, de fato, um conjunto de política afirmativas para reduzir as disparidades na garantia do ensino fundamental e médio para essas populações.  — Os sujeitos do campo, os sujeitos indígenas, os sujeitos quilombolas, os agricultores familiares tradicionais, todos eles, de fato, infelizmente, enfrentam ainda uma enorme disparidade na garantia do acesso e da permanência e conclusão dos anos iniciais e finais do ensino fundamental e do ensino médio. É muito importante que a gente possa, de fato, priorizar as periferias urbanas, as aldeias indígenas, as zonas rurais, os quilombos, as comunidades tradicionais.  Para se avançar nessa redução da desigualdade no ensino, o senador Flávio Arns lembrou da importância de se aprovar, até antes mesmo do novo PNE, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 235/2019, já aprovado no Senado, que institui o Sistema Nacional de Educação (SNE). Apresentado pelo próprio senador, a proposta alinha as políticas, programas e ações da União, do Distrito Federal, de estados e de municípios, em articulação colaborativa dos entes da Federação na área educacional.  — Eu quero lembrar de que o que a execução do PNE é de responsabilidade tripartite. Ou seja, é de responsabilidade da União, dos estados e dos municípios. E para que isso aconteça, para que a educação nas comunidades possam acontecer com qualidade, existe a necessidade e que consta no Plano, que é a criação do Sistema Nacional de Educação. Para que se saiba exatamente qual a responsabilidade, por exemplo, em termos de formação de professores para a educação do campo e para a educação quilombola. Qual a responsabilidade da União, dos estados e dos municípios? Educação indígena     De acordo com o Censo Escolar de 2022, das 178,3 mil escolas de ensino básico, 1,9% (3.541) estão localizadas em terras indígenas; e 2% (3.597) oferecem educação indígena por meio das redes de ensino. Entre as demandas urgentes da educação indígena, citadas pelo coordenador do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (FNEEI), Arlindo Baré, está a garantia do acesso e da permanência dos alunos

PROIFES realiza XX Encontro Nacional em Goiânia de 20 a 22 de novembro

O PROIFES-Federação realizará, de 20 a 22 de novembro, na capital goiana, o seu XX Encontro Nacional. O evento, que também comemora os 20 anos da Federação, terá como tema “20 anos construindo a democracia e a pluralidade no Movimento Docente – Conquistas e Desafios”. O encontro é um espaço privilegiado de discussão política, com o intuito de traçar diretrizes de atuação da Federação, que reúne observadores, convidados, palestrantes, representantes da diretoria e delegações de todos os sindicatos federados ao PROIFES. Nesta edição, as discussões serão em torno dos seguintes eixos temáticos: EIXO 1: Carreira e salários: o que conquistamos e o que falta conquistar;EIXO 2: O compromisso do PROIFES-Federação com a defesa da Ciência, Tecnologia e Inovação;EIXO 3: Educação – desafios atuais no ensino superior, técnico, básico e na  extensão;EIXO 4: Direitos Humanos e novos desafios: a luta permanente da Federação;EIXO 5: Aposentadoria e Previdência: perspectivas e desafios;EIXO 6: Organização sindical: desafios da construção da democracia e da pluralidade no Movimento Docente. Neste ano, as discussões dos eixos serão realizadas pelas delegações eleitas para representar os sindicatos, a partir dos materiais produzidos pelos Grupos de Trabalho (GT) do PROIFES. Ao final dos debates, as propostas apontadas serão votadas e encaminhadas para deliberação do Conselho Deliberativo da Federação. Wellington Duarte, presidente do PROIFES, destaca a atuação da entidade nesses 20 anos de existência e sua importância na defesa da carreira docente. “O evento deste ano marca os 20 anos de uma entidade que se destacou pela perseverança com que defendeu a categoria docente. Todos os nossos ganhos, principalmente a Carreira, foram construídos pela luta da Federação. Pautamos nossa atuação pela defesa da democracia e pelo respeito à pluralidade, e nesses anos fomos atacados violentamente exatamente por defender isso. O Encontro Nacional será o encontro da vitória da democracia sindical”, afirmou Wellington. Confira a programação completa:

Pesquisador rebate justificativas do projeto de lei que implementa a cobrança de mensalidade em universidades públicas

Deputado estadual do Novo em SP propõe PL que cria uma espécie de ‘Fies para o ensino público’; oposição vê afronta à Constituição, destaca Carta Capital A investida contra a gratuidade das universidades públicas voltou a rondar o debate político. Na terça-feira, dia 17, o deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo) protocolou na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) um projeto de lei que autoriza a cobrança de mensalidades pelas instituições de ensino superior do estado, uma espécie de Fies para a educação pública. O texto prevê a instituição, pelo estado, de um programa de financiamento estudantil, o Siga, quedeve conceder empréstimos a estudantes para que eles paguem os custos das mensalidades. O custo decada curso, segundo a proposta, ficaria a cargo das universidades. São previstas duas modalidades de empréstimo: um deles, o Empréstimo com Amortizações Contingentes à Renda (ECR) prevê que os pagamentos sejam diluídos ao longo da vida do indivíduo, com prestações ajustadas de acordo com sua renda futura, o que torna o pagamento progressivo. Um segundo modelo prevê o financiamento de acordo com a renda do trabalho atual dos estudantes. Leia na íntegra: Carta Capital