08 de março: Governo Federal anuncia ações voltadas para as mulheres

Em cerimônia realizada nesta quarta-feira (08), Dia internacional da mulher, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou atos, decretos e projetos de lei voltados para a valorização da mulher. Entre as medidas divulgadas está o envio ao Congresso Nacional de um projeto de lei que visa garantir o pagamento pelo empregador de salários iguais para homens e mulheres que exercem a mesma função.  O presidente avaliou que, diante de um contexto de diversas formas de violência contra as mulheres, é dever do Estado e de toda a sociedade enfrentar cada uma delas. Lula destacou o papel importante que as 11 ministras exercem no seu governo e classificou o respeito às mulheres como um valor inegociável. “Nada, absolutamente nada justifica a desigualdade de gênero. A medicina não explica. A biologia não explica. A anatomia não explica. Talvez a explicação esteja no receio dos homens de serem superados pelas mulheres. É isso que não faz sentido algum. Primeiro porque as mulheres querem igualdade, não superioridade. Segundo porque quanto mais as mulheres avançam, mais o país avança. E isso é bom para toda a população.”, afirmou Lula. Pacto contra a misoginia A ministra das mulheres, Cida Gonçalves declarou o propósito do governo de marcar o dia 8 de março com políticas públicas para enfrentar violência e promover igualdades de gênero, autonomia econômica e saúde integral das mulheres. Cida informou que o governo lançará um pacto nacional de enfrentamento ao feminicídio com ações casadas com os estados. “Minha esperança nunca foi maior em pôr um fim nas desigualdades que nos matam”, afirmou. Medidas anunciadas Confira algumas das medidas anunciadas pelo governo nesta quarta-feira: Formação O governo informou a abertura de vagas em cursos e programas de educação profissional e tecnológica para 20 mil mulheres em situação de vulnerabilidade nos próximos dois anos. Ciência e pesquisa O governo anunciou a Política Nacional de Inclusão, Permanência e Ascensão de Meninas e Mulheres na Ciência, Tecnologia e Inovação. A previsão é de que o CNPq disponibilize R$ 100 milhões para financiar projetos de mulheres nas ciências exatas, engenharia e computação. Segurança Investimento de R$ 372 milhões na implantação de 40 unidades da Casa da Mulher Brasileira, com recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública. O governo recriará o programa Mulher Viver sem Violência, que prevê a doação de 270 viaturas para a Patrulha Maria da Penha nos 26 estados e no Distrito Federal. Cota para mulheres vítimas de violência O executivo anunciou um decreto que regulamenta a cota de 8% da mão de obra para mulheres vítimas de violência em contratações públicas na administração federal direta, autarquias e fundações. Dia Marielle Franco O governo anunciou o Dia Nacional Marielle Franco, lembrado a cada 14 de março, data em que a vereadora Marielle Franco, da cidade do Rio de Janeiro, e o motorista Anderson Gomes foram assassinados. A ação visa conscientizar contra a violência política de gênero e de raça. Trabalho sem violência e assédio O governo vai ratificar a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), primeiro tratado internacional a reconhecer o direito de todas as pessoas a um mundo de trabalho livre de violência e assédio, incluindo violência de gênero. Entre outras medidas, a Convenção 190 amplia conceitos de assédio sexual e moral no trabalho. Assédio no serviço público Foi anunciada a criação de uma política de enfrentamento ao assédio sexual e moral e discriminação na administração pública federal. Fonte: Agência Brasil e G1

Dia Internacional da Mulher: Lugar de mulher é na luta

Nesta quarta-feira, 08 de março, se comemora o Dia Internacional da Mulher, um mês dedicado a dar visibilidade as lutas e as políticas públicas que garantem direitos e respeito às mulheres. Neste ano, a data representa ainda a reconstrução de um espaço de luta, após quatro anos de retrocessos. Mas, mesmo diante desse cenário, as mulheres têm conquistado espaço de poder não só no meio sindical, mas também dentro do Congresso Nacional. Há uma nova onda de deputadas eleitas no último pleito de 2022, o que já pode ser considerado um grande feito, levando em consideração que, no Brasil candidaturas de homens brancos, cis e mais velhos ainda são privilegiadas. A partir deste ano, a bancada feminina será composta por 91 deputadas em um universo de 513 deputados eleitos, o que equivale a pouco menos de 18% do total – na legislatura passada eram 15%. No Senado, teremos dez mulheres – apenas quatro delas foram eleitas em 2022 , as demais continuam em seus mandatos, que têm duração de oito anos. Em 2019, no início da legislatura passada, eram 12 mulheres. O Senado Federal é composto por 81 senadores, o que significa que as mulheres representam apenas 12,3% do total de parlamentares da Casa nesta legislatura. “É fundamental que o dia internacional da mulher seja lembrado como um dia de luta e resistência e como um ato principalmente político. Ainda há muito no que avançar, não só dentro do movimento sindical, mas nas demais esferas de poder. Seguimos na luta contra os retrocessos e em busca de melhorias nas políticas a favor das mulheres”, afirmou Rosângela Oliveira, diretora de assuntos educacionais do EBTT do PROIFES-Federação e presidente do SINDEDUTEC. Mulheres no movimento sindical A história do sindicalismo brasileiro sempre privilegiou a participação masculina nos espaços de poder e de decisão. A invisibilidade das mulheres, nas imagens e nas escritas históricas dos direitos conquistados pelos sindicatos, é fruto da desigualdade de gênero que existe na sociedade e foi reproduzida por muito tempo no movimento sindical. No PROIFES-Federação, as mulheres possuem local de fala e também representatividade no meio sindical. Dos sindicatos federados, três possuem mulheres como presidentes, são elas: Rosângela Oliveira (SINDEDUTEC), Marta Lícia (APUB) e Fernanda Castelano (ADUFSCAR). Dentro da Diretoria e Conselho Deliberativo da Federação, são seis diretoras e treze mulheres participando ativamente do CD da entidade. Nesta quarta-feira o governo Lula irá lançar um pacote de medidas para mulheres, envolvendo a luta contra a violência e pela igualdade de gêneros em todos os espaços da sociedade , inclusive no mercado de trabalho. A CUT, movimentos feministas e de mulheres também farão atividades em diversas cidades, ao longo do mês, no entanto, é no 8 de março, que essas ações ganham ainda mais destaque.