Na tarde desta terça-feira, 28, o presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, representou o PROIFES-Federação em audiência pública, realizada na Câmara dos Deputados, com o objetivo de discutir a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 169/2019. A PEC trata da possibilidade de acumulação de cargo público remunerado para professores e professoras com cargos de qualquer natureza.
Na ocasião, Negrão pontuou que o PROIFES ainda não tem uma posição fechada sobre o tema e que esse debate está sendo realizado junto aos docentes que compõem os Grupos de Trabalho em Educação e em Carreira da Federação. “Precisamos aprofundar e qualificar esse debate”, avaliou.
Ao longo de sua fala, o dirigente levantou algumas preocupações em torno da proposta para reflexão: a possibilidade de a Emenda fragilizar a Carreira Docente; e a insegurança jurídica diante da atual redação do artigo 37 da Constituição Federal, que permite a acumulação do cargo de professor com outro cargo técnico ou científico.
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Levando em consideração essas preocupações, Oswaldo lembrou da importância estratégica do Magistério Superior, em especial para os profissionais que têm a possibilidade de desenvolver ações de ensino, pesquisa e extensão, e que se consolidam com uma carreira estruturada de 40 horas, com dedicação exclusiva.
“Não é um privilégio, muito pelo contrário, é uma potência que a gente tem dentro das instituições, principalmente do Magistério Superior e de alguns IFs [Institutos Federais], mas que a gente precisa pensar também para os demais níveis da Educação, porque é nesse processo de produção de conhecimento que nós temos a grande potência de transformar o Brasil naquilo que a gente sonha”, afirmou.
Ao falar sobre a “fuga de cérebros” que tem acontecido no país nos últimos anos, Oswaldo Negrão reforçou a necessidade de pensar nas relações de trabalho sem naturalizar as relações de precarização da trabalhadora e do trabalhador da Educação, a fim de evitar que essas carreiras não sejam atrativas para as próximas gerações, “é importante se debruçar nessa temática, para que possamos pensar em ações estratégicas e em relações de trabalho que sejam dignas para as trabalhadoras e para os trabalhadores da Educação”, disse.
Durante a sessão, requerida pelo Deputado Federal Mineiro (PT/RN), foram ouvidos também representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (SINTEGO).
“O impacto [da PEC] pode ser significativo diante das lutas pela valorização dos professores e o avanço em várias questões até o momento conquistadas. Não se poderia alterar a Constituição Federal, neste sentido, sem que se tenha ouvido ao máximo os envolvidos e principalmente os representantes da categoria. A alteração proposta implica diretamente os professores da educação básica e superior publicas”, disse o parlamentar ao citar a importância da discussão em requerimento.
Proposta pelo Deputado Federal Capitão Alberto Neto (Republicanos/AM), a PEC 169/2019 atualmente aguarda a constituição de Comissão Temporária pela Mesa e o parecer do relator na Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta. Veja a tramitação completa da PEC aqui.
Assista abaixo a fala completa do presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, na audiência: