Na era das narrativas, a (des)informação é mais do que nunca instrumento de manipulação. Uma das mentiras muito repetidas é a de que o conflito na Palestina histórica começou em 7 de Outubro de 2023. O que se seguiu desde então foi uma ação militar de punição coletiva sobre a população palestina na Faixa de Gaza, punição que foi estendida também à Cisjordânia, e que recentemente avançou sobre o Líbano e sobre a Síria.
Esse avanço militar não destruiu apenas alvos militares, mas quase toda a estrutura de moradia dos palestinos da Faixa de Gaza, não poupando hospitais, escolas e inclusive campos de refugiados. Mais do que isso, a fome, o frio e a sede estão sendo usados sistematicamente como armas de guerra.
Aos menos dois eventos são paradigmáticos: o bombardeio do hospital Al-Ahli por Israel em 17 de Outubro de 2023, que resultou em ao menos 500 mortos; e o ataque que ficou conhecido como “massacre da farinha”, quando militares israelenses abriram fogo contra uma população civil de famélicos em 29 de Fevereiro de 2024, resultando em 118 mortos e 760 feridos;
O ataque sistemático a abrigos e a campos de refugiados, a hospitais e a escolas, sob a alegação de que abrigam terroristas, tornou-se a marca do conflito. Hoje, está claro que a destruição massiva é o objetivo das operações de Israel na Faixa de Gaza. Já são mais de 44 mil mortos, na maioria mulheres e crianças, e mais de 106 mil feridos e mutilados, além de milhares de desaparecidos sob os escombros. Em relatório, a Anistia Internacional concluiu que o que está em curso na Faixa de Gaza “é genocídio e deve ser interrompido”. Em entrevista à mídia israelense, o ex-ministro da Defesa e ex-chefe do Estado Maior de Israel, Moshe Yaalon, denunciou que há uma limpeza étnica na Faixa de Gaza.
Portanto, aprovamos essa moção pelo imediato cessar-fogo, pela proteção da vida, sobretudo de mulheres e crianças; pela preservação das escolas, dos hospitais, dos abrigos e campos de refugiados; pela garantia do acolhimento, segurança e tratamento das vítimas da guerra; pela abertura de corredores humanitários para entrada de alimentos e remédios; pelo fim da política de genocídio; e pela abertura de um processo político para implantação da paz duradoura.