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O que há de novo?

Memória, Verdade e Justiça: Ditadura nunca mais!

Há exatos 61 anos, o Brasil mergulhava em um dos períodos mais sombrios de sua história. No dia 31 de março de 1964, um golpe militar rompeu o Estado Democrático de Direito e instaurou uma ditadura que, por mais de duas décadas, governou com censura, perseguição política, tortura e assassinatos. O regime se sustentou pela repressão, pelo medo e pelo apoio de setores empresariais e midiáticos que lucraram com a suspensão das liberdades individuais e coletivas.

Não foi um movimento pela “democracia” e contra o “comunismo”, como alguns tentam distorcer. Foi um golpe contra um governo legitimamente eleito, com apoio dos interesses norte-americanos no contexto da Guerra Fria, para impedir reformas sociais que poderiam democratizar o acesso à terra, à educação e aos direitos básicos da população. A história brasileira tem nos mostrado assim, sempre que há avanços na garantia desses direitos, forças antidemocráticas se levantam contra a democracia, utilizando discursos de medo e de ódio para justificar retrocessos.

Ainda podemos sentir impactos desse período. A impunidade dos torturadores e a falta de justiça para as vítimas da repressão permitiram que as sombras do autoritarismo continuassem presentes em nossas instituições, na violência do Estado contra os mais pobres e na perseguição aos movimentos sociais. O golpe de 1964 não é um episódio distante e encerrado, suas consequências estão vivas na desigualdade social, no militarismo dentro da política e na resistência que alguns ainda têm em respeitar a democracia e os direitos humanos.

Lembremos também que a universidade pública foi um dos alvos principais da ditadura. Professores foram perseguidos, pesquisas censuradas, estudantes presos e mortos; o pensamento crítico foi visto como inimigo. Não por acaso, até hoje, a educação segue sendo atacada por aqueles que não toleram uma sociedade que pensa, questiona e transforma.

Por esses motivos, o que aconteceu em 1964 não pode ser tratado como um capítulo isolado da história, mas como um alerta permanente. No Brasil de hoje, ainda vemos tentativas de enfraquecer a democracia. O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que iniciado na última semana, expõe as tentativas de deslegitimar o processo eleitoral e acabar com as instituições democráticas. Da mesma forma, o debate sobre a anistia dos golpistas de 8 de janeiro de 2023 mostra que, sem responsabilização, o autoritarismo segue encontrando brechas para ameaçar nossas liberdades.

Diante disso, o ADURN-Sindicato reafirma seu compromisso com a defesa da democracia, da memória, da verdade e da justiça. Não aceitaremos qualquer tentativa de apagar a história ou de limpar a imagem de um regime que assassinou brasileiros e brasileiras por se oporem aos seus métodos. É nosso dever, enquanto sindicato de docentes, preservar o conhecimento, estimular o pensamento crítico e garantir que as gerações futuras saibam o que realmente aconteceu. O Brasil não pode mais permitir novos flertes com o autoritarismo. Ditadura nunca mais!

Fonte: ADURN

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