Nesta quarta-feira, 08 de março, se comemora o Dia Internacional da Mulher, um mês dedicado a dar visibilidade as lutas e as políticas públicas que garantem direitos e respeito às mulheres. Neste ano, a data representa ainda a reconstrução de um espaço de luta, após quatro anos de retrocessos.
Mas, mesmo diante desse cenário, as mulheres têm conquistado espaço de poder não só no meio sindical, mas também dentro do Congresso Nacional. Há uma nova onda de deputadas eleitas no último pleito de 2022, o que já pode ser considerado um grande feito, levando em consideração que, no Brasil candidaturas de homens brancos, cis e mais velhos ainda são privilegiadas.
A partir deste ano, a bancada feminina será composta por 91 deputadas em um universo de 513 deputados eleitos, o que equivale a pouco menos de 18% do total – na legislatura passada eram 15%. No Senado, teremos dez mulheres – apenas quatro delas foram eleitas em 2022 , as demais continuam em seus mandatos, que têm duração de oito anos. Em 2019, no início da legislatura passada, eram 12 mulheres. O Senado Federal é composto por 81 senadores, o que significa que as mulheres representam apenas 12,3% do total de parlamentares da Casa nesta legislatura.
“É fundamental que o dia internacional da mulher seja lembrado como um dia de luta e resistência e como um ato principalmente político. Ainda há muito no que avançar, não só dentro do movimento sindical, mas nas demais esferas de poder. Seguimos na luta contra os retrocessos e em busca de melhorias nas políticas a favor das mulheres”, afirmou Rosângela Oliveira, diretora de assuntos educacionais do EBTT do PROIFES-Federação e presidente do SINDEDUTEC.
Mulheres no movimento sindical
A história do sindicalismo brasileiro sempre privilegiou a participação masculina nos espaços de poder e de decisão. A invisibilidade das mulheres, nas imagens e nas escritas históricas dos direitos conquistados pelos sindicatos, é fruto da desigualdade de gênero que existe na sociedade e foi reproduzida por muito tempo no movimento sindical.
No PROIFES-Federação, as mulheres possuem local de fala e também representatividade no meio sindical. Dos sindicatos federados, três possuem mulheres como presidentes, são elas: Rosângela Oliveira (SINDEDUTEC), Marta Lícia (APUB) e Fernanda Castelano (ADUFSCAR). Dentro da Diretoria e Conselho Deliberativo da Federação, são seis diretoras e treze mulheres participando ativamente do CD da entidade.
Nesta quarta-feira o governo Lula irá lançar um pacote de medidas para mulheres, envolvendo a luta contra a violência e pela igualdade de gêneros em todos os espaços da sociedade , inclusive no mercado de trabalho. A CUT, movimentos feministas e de mulheres também farão atividades em diversas cidades, ao longo do mês, no entanto, é no 8 de março, que essas ações ganham ainda mais destaque.