Reforma Administrativa: o desmonte das políticas públicas de amparo a quem mais precisa

Jailson Alves – Professor da UFBA e diretor de comunicação do PROIFES-Federação Travestida de modernização do Estado, as mais diversas Reformas Administrativas vêm sendo trazidas para ser implementadas há muito tempo. Quem acompanha a política sabe que recorrem a esse expediente, com argumentos falaciosos, escondendo o principal objetivo que é atacar as políticas que atendem às pessoas de menor faixa de renda e que dependem do Estado para a efetivação do que preconiza a Constituição Federal na atenção à saúde, educação e demais programas sociais de cidadania e de transferência de renda. Há, no discurso ideológico dos políticos de direita e extrema-direita no Brasil, propagado pelos meios de comunicação de massa, a ideia de que temos um Estado inchado, comparado, na década de 1970 a 1990, a um elefante grande e lento. Trazia, e traz ainda hoje, a ideia de que os servidores públicos comprometem o desempenho econômico do país. A eficácia da propaganda chega a tal ponto que até mesmo aqueles que necessitam de políticas públicas educacionais (creche, escola e universidades), de saúde (postos de saúde, UPAs, policlínicas e hospitais), ou aqueles que almejam um posto no serviço público (professor, médico, engenheiros, advogados e outros), acabam por serem contra às suas próprias necessidades da presença do Estado. Para efeito de análise, trazendo a verdade dos fatos, o Brasil possui cerca de 12,7 milhões de funcionários públicos. Esse número corresponde a aproximadamente 12,4% dos trabalhadores do país, que é cerca de 103 milhões de trabalhadores, entre o setor público e o setor privado. Esse total de servidores públicos é considerado pequeno quando comparado à média dos países que fazem parte da comunidade da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico*, que é de 23,48%. O Brasil precisa, de fato, de uma modernização na prestação de serviço à sociedade. Mas será que é esse o interesse defendido pelos políticos de direita e extrema-direita, em conluio com os meios de comunicação de massa? Será que é a quantidade de servidores públicos que tem atrapalhado essa tal modernização e atendimento de qualidade ao que acessam os serviços? O Brasil gasta 13,5% do PIB com servidores públicos. No entanto, quando comparamos a média salarial dos servidores públicos do Brasil com relação aos países desenvolvidos, o resultado é: o Brasil tem uma das piores rendas médias entre os servidores públicos. Há distorções, sim, e precisam ser corrigidas, mas essa distorção está praticamente confinada ao Poder Judiciário, cujos salários ficam em torno de 30 mil reais. No Poder Executivo, onde a maioria absoluta dos servidores que atendem à população está, o salário médio é baixo e pouco atrativo, especialmente entre os que têm apenas o ensino médio. Sendo assim, o que o discurso da Reforma Administrativa esconde? O que está mesmo em jogo? O que sempre esteve presente no Brasil, desde sua invasão: interesses privados e de grupos minoritários (mas fortes econômica e politicamente) contra o interesse e a necessidade da maioria da população. Estamos falando em centenas de bilhões de reais, que são movimentados nas esferas federal, estadual e municipal para oferta de serviços como educação, saúde, transporte, energia, água, cultura e lazer, todos necessários ao desenvolvimento tanto individual como coletivo de qualquer sociedade. A creche e a escola do seu bairro, as UPAs, os hospitais, os ônibus que circulam na sua cidade, os parques, enfim, toda a infraestrutura de prestação de serviços à população dependem de serviços públicos de qualidade, que, por sua vez, são executados por servidores/as públicos, com investimento que deve ser público, já que a maioria da população precisa ter essa assistência do Estado. Na real, o que temos mesmo é a necessidade de aumentar a oferta de serviços e contratação de servidores para atender a quem precisa, como, por exemplo, alguém que vai a uma UPA para se vacinar ou para atendimento de emergência. Se não há investimento do Estado, com o consequente desmonte dos serviços ofertados, esses mesmos serviços serão ofertados por empresas privadas, com preços elevados, geralmente com qualidade e controle inferior, e que sacrificam ainda mais a renda das famílias. Como podemos enfrentar essa reforma que, como já foi dito, mais parece uma demolição do Estado, abrindo caminho para mais enriquecimento de grupos pequenos, em detrimento do empobrecimento da população? A resposta é: exigindo que a aplicação dos nossos impostos em serviços públicos seja adequada, cobrando do Poder Legislativo a fiscalização da prestação de serviços públicos de acordo com a demanda da população e elegendo representantes que estejam comprometidos com o desenvolvimento do país, e não com o enriquecimento de grupos já abastados. Enfim, não se engane: a Reforma Administrativa não é boa nem pro Brasil nem pra você, ela atende a empresários que agem como aves de rapina das finanças públicas do nosso país. *38 países compõem a OCDE, incluindo a maioria das economias desenvolvidas da Europa e da América do Norte, além de países na Ásia, América Latina e Oceânia, como Alemanha, Austrália, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Japão, México, Nova Zelândia, Portugal, entre outros.

GT da Reforma Administrativa: Propostas e Tramitação

Neuriberg Dias* O grupo de trabalho da reforma administrativa em funcionamento na Câmara dos Deputados e coordenado pelo deputado Pedro Paulo (PSD/RJ), apresentou suas propostas em dois documentos estruturantes. Avalizada pelo atual presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos/PB), e o ex-presidente Rodrigo Maia (RJ), parlamentar que articulou a tramitação da PEC 32/2020, da Reforma Administrativa, são atores que conceberam essa nova tentativa com apoio de entidades ligada ao mercado. O primeiro documento é a minuta do relatório final do GT, que reúne os argumentos favoráveis a entrega de uma ampla reforma administrativa conforme foi desenhada incialmente em seis eixos temáticos, mas pouco debatida com os setores da sociedade e governo, em especial, as entidades representativas do funcionalismo. No documento são mencionadas 70 mudanças propostas que deverão ser protocoladas em três proposições na Câmara dos Deputados, com imediato efeito imediato para os servidores públicos da União, os Estados e os municípios. Essas iniciativas estão organizadas em três frentes de proposições legislativas sendo uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), um Projeto de Lei Complementar (PLP) e um Projeto de Lei Ordinária (PL). Segundo o relatório, a PEC propõe a adoção de mecanismos de governança e gestão com foco em resultados, o reconhecimento da transformação digital como direito constitucional, a profissionalização e modernização da gestão de pessoas, bem como o combate a privilégios e o aumento da transparência no serviço público. A proposta do PLP, denominado Lei de Responsabilidade por Resultados, detalha a aplicação dos princípios constitucionais propostos, buscando inaugurar um novo ciclo de gestão pública orientado pela eficiência, pela responsabilidade fiscal e pela valorização do servidor comprometido. E o PL, chamado de Marco Legal da Administração Federal, disciplina o ciclo de gestão de pessoas no serviço público, contemplando medidas como o planejamento da força de trabalho, a racionalização dos concursos públicos, a modernização das carreiras, a institucionalização do estágio probatório e o estabelecimento de regras claras para cargos de liderança e contratações temporárias. Até o momento, essas minutas obtidas, ainda não foram oficialmente publicadas e que sua tramitação deve considerar fatores técnicos quanto políticos. Em linhas gerais, a PEC deverá ser inicialmente apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), depois criação de uma comissão especial e, posteriormente, ser votada em dois turnos no plenário da Câmara dos Deputados. Contudo, manobras regimentais podem acelerar esse processo de tramitação, como a possibilidade de apensar a proposta em fase avançada no plenário, a exemplo da PEC 32/2020, da reforma administrativa, encaminhada pelo governo Bolsonaro. O PLP e o PL, por sua vez, podem ser despachados para análise preliminar nas comissões permanentes ou, alternativamente, ter sua tramitação abreviada por meio da apresentação de requerimentos de urgência, que permitem o envio direto ao plenário. Outro cenário possível, adotado com frequência na gestão do presidente Hugo Motta, é a criação de comissões especiais para discutir cada uma dessas matérias em uma única etapa antes da votadao no plenário. Além disso, todas as propostas devem ser analisadas pelo Senado Federal. Os próximos passos dependerão de uma combinação de fatores, como o rito de avaliação e apoio do colégio de líderes que conduzem a agenda da Casa. Combinado a isso, há limitações impostas pelo calendário legislativo e sua influência do ano pré-eleitoral, qual será a posição do governo em relação a reforma e a capacidade de mobilização dos servidores públicos diante das mudanças propostas pelo grupo de trabalho. Em breve, faremos um análise detalhada da reforma que está sendo proposta, com a devida ponderação sobre seus aspectos políticos e negativos. No entanto, à luz do que já foi antecipado pelo próprio relator, é possível afirmar, desde já, que as expectativas não são das mais promissoras. *Jornalista, Analista Político e Diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP). Sócio-Diretor da Contatos Assessoria Política. Leia os textos na íntegra:

Nota – A escalada de violência do governo israelense não tem limites

A escalada de violência do governo israelense não tem limites. O genocídio contra o povo palestino avança e expressa uma política planejada do Estado israelense, que já ultrapassou, há tempos, todos os limites civilizatórios. O Governo de Israel é uma ameaça mundial. O sequestro de ativistas da chamada Global Samud Flotilla, que realizavam uma missão humanitária, para entregar alimentos e medicamentos aos habitantes da destruída Faixa de Gaza, uma flagrante violação dos direitos humanos do povo palestino, que clama por ajuda para minorar seu suplício. O PROIFES-Federação, que defende integralmente o direito internacional, A CRIAÇÃO DO ESTADO PALESTINO e os princípios emanados da Carta de Direitos Humanos da ONU, repudia, de forma veemente, mais essa ação ilegal e criminosa do governo israelense e apela para que os organismos internacionais protejam esses ativistas. O PROIFES também orienta que os sindicatos federados promovam ações que denunciem os atos genocidas do governo israelense e, no plano nacional, que o governo brasileiro reavalie suas relações, em todos os níveis, com o governo sionista. É preciso parar com o genocídio DO POVO palestino, que conspurca a civilização.

PROIFES-Federação realiza IV Seminário EBTT em novembro

Evento acontecerá entre os dias 27 e 29 de novembro em Fortaleza, Ceará Entre os dias 27 e 29 de novembro, o PROIFES-Federação realiza o IV Seminário EBTT, com o tema “Isonomia e diversidade de uma carreira em construção”. O evento será realizado em Fortaleza, na sede da Associação Sindical dos Docentes do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (Adifce-Sindicato). O objetivo do encontro é reunir os sindicatos federados para discutir com suas bases pautas fundamentais relacionadas à carreira do EBTT. O diretor de Assuntos Educacionais do EBTT do PROIFES e secretário-geral da Apufsc-Sindical, Romeu Bezerra, destaca que, nas edições anteriores do Seminário, já foram discutidas diversas questões importantes e que esta será centrada na carreira do EBTT. “É uma carreira nova, que está em construção. Temos carreiras EBTT, mas com diversidade nos institutos federais, colégios de aplicação, escolas militares e escolas vinculadas às universidades, cada uma com particularidades e características distintas”, explica. ProgramaçãoO IV Seminário EBTT terá início às 18h do dia 27 de novembro, com a Mesa de Abertura: Educação Básica e a Formação das Juventudes, com a presença dos presidentes do Proifes-Federação, Wellington Duarte, da Adifce-Sindicato, Josi Abreu, e do diretor de Assuntos Educacionais do EBTT do PROIFES-Federação, Romeu Bezerra. Outros nove momentos de discussão e rodas de conversa estão previstos ao longo dos demais dias do evento. Ao final do IV Seminário EBTT, serão aprovados os encaminhamentos sugeridos durante os debates. Confira a programação completa: Imprensa Apufsc

PROIFES sofre mais um ataque

Não é de hoje que o PROIFES-Federação vem sendo alvo de uma perseguição sistemática promovida pela ANDES – sindicato interestadual – e pelo SINASEFE. Ambas as entidades têm recorrido a uma enxurrada de ações judiciais com o claro objetivo de inviabilizar a presença do PROIFES-Federação no cenário sindical do movimento docente. Apenas no ano de 2024, foram protocolados 39 processos contra a Federação, somando-se ainda às tentativas de impedir sua participação nas mesas de negociação com o Governo Federal. Paralelamente, a disseminação de informações falsas em suas redes sociais tornou-se prática recorrente, acompanhada de mobilizações voltadas a atacar os sindicatos federados e intimidar as diretorias locais, utilizando métodos que em nada se aproximam de um exercício democrático e plural de representação sindical. Nesta semana, a ANDES divulgou em seus canais oficiais a informação de que o PROIFES-Federação teria tido seu registro suspenso, tentando induzir a categoria a acreditar que a Justiça teria vedado à Federação a representação de docentes das universidades e institutos federais. Tal afirmação não corresponde à realidade. O que de fato ocorreu foi a impetração de um Mandado de Segurança contra a concessão do registro da Federação. Inicialmente, o pedido foi negado. Em seguida, foi impetrado novo Mandado de Segurança, no qual foi concedida medida favorável, decisão esta que poderá e será devidamente contestada nas instâncias competentes. O que se evidencia, no entanto, é a postura autoritária e antissindical da ANDES, que insiste em tentar deslegitimar o PROIFES-Federação por meio de sucessivas ações judiciais. Afinal, se não fosse pela coerência e firmeza da atuação da Federação, o que justificaria tamanha investida persecutória? O PROIFES-Federação atua como fórum desde 2004 e, desde 2011, consolidou-se como Federação, obtendo seu registro sindical de forma legal em 2024. Desde a sua origem, entretanto, tem sido alvo de práticas que configuram uma clara perseguição sindical, intensificada no início da Campanha Salarial de 2024, quando a ANDES, agora com apoio explícito do SINASEFE, aprofundou sua ofensiva com o objetivo declarado de tentar eliminar a Federação do cenário sindical. A Federação atuou, atua e atuará na defesa do interesses da categoria docente, representando as entidades federadas e não se deixará abater pelos constantes ataques dessas duas entidades.

Propostas do XXI Encontro Nacional são apreciadas pelo Conselho Deliberativo do PROIFES

Na última quinta-feira (21) e sexta-feira (22), o Conselho Deliberativo do PROIFES se reuniu na sede da Federação, em Brasília, para apreciação das propostas debatidas nos cinco eixos temáticos do XXI Encontro Nacional do PROIFES, realizado de 29 de julho a 2 de agosto, em Florianópolis. Durante a reunião também foi feita uma avaliação geral do Encontro Nacional, destacando os avanços e os desafios identificados nos debates. Na quinta-feira (21), foram discutidas as propostas do Eixo I, que teve como tema: “Desafios atuais da educação básica, superior, técnica e tecnológica (gestão, ensino, pesquisa e extensão)”. Já na sexta-feira (22), foram debatidas as propostas dos eixos que tratam sobre aposentadoria e previdência; direitos humanos; ciência e tecnologia; e organização sindical. A coordenação de cada eixo apresentou as propostas discutidas no Encontro Nacional e, após debate e análise, o Conselho Deliberativo apreciou o material que será encaminhado à Diretoria Executiva da Federação, com o objetivo de nortear as próximas ações do PROIFES. O presidente do PROIFES, Wellington Duarte, ressaltou a importância da reunião: “Este é um processo fundamental para que as contribuições do Encontro Nacional se transformem em ações efetivas. O Conselho Deliberativo tem a responsabilidade de organizar e encaminhar essas propostas, garantindo que a Federação continue fortalecida na defesa da educação pública e na valorização da carreira docente”, afirmou.

Conselho Permanente de Reconhecimento de Saberes e Competências inicia nova composição e agenda próximos passos

Na manhã desta quarta-feira (20) o PROIFES-Federação participou da primeira reunião de recomposição do Conselho Permanente para Reconhecimento de Saberes e Competências (CPRSC), constituído pela Portaria 430 de 13 de junho de 2025. O encontro, que foi conduzido pelo MEC, também teve como objetivo a definição de pontos centrais para o funcionamento e os próximos encaminhamentos do Conselho. As principais atribuições da CPRSC são estabelecer diretrizes para a concessão do Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC); constituir e regulamentar o processo de habilitação de avaliadores; e analisar as minutas dos regulamentos específicos de cada instituição federal de ensino para a concessão do RSC. A professora Fernanda Almeida do Conselho Deliberativo do PROIFE, integra o CPRSC, como titular e o professor Romeu Bezerra, diretor de políticas educacionais do EBTT, como suplente. O coordenador do CPRSC, Claudio Alex, fez uma exposição detalhada sobre a dinâmica, o funcionamento e o fluxo de deliberações do órgão. A partir desse debate, foram definidos encaminhamentos importantes como a marcação de uma nova reunião, extraordinária, para o dia 11 de setembro e a apreciação das resoluções e alterações previamente enviadas aos membros. Por solicitação dos representantes do PROIFES, embora apenas os titulares tenham direito a voto, foi acordado que, neste momento inicial de definição de regramentos e regulamentos, os suplentes também poderão acompanhar e contribuir com as discussões. Durante a reunião, também foi destacada a necessidade de retomar regulamentação do RSC para os professores aposentados, fruto do acordo 07/2024 assinado pelo PROIFES-Federação que seguirá acompanhando de forma ativa as discussões e deliberações no âmbito do CPRSC, reafirmando seu compromisso com a valorização da carreira docente.

12 de agosto: Dia Nacional dos Direitos Humanos

Nesta terça-feira (12) celebramos no Brasil o Dia Nacional dos Direitos Humanos, instituído pela Lei Federal nº 12.641/2012 em homenagem à líder sindical e defensora dos direitos trabalhistas Margarida Maria Alves, assassinada em 1983 por lutar por melhores condições para os trabalhadores rurais da Paraíba. A data traz uma reflexão sobre a importância de garantir dignidade, igualdade e justiça social para todas e todos — especialmente para aqueles que vivem do seu trabalho. Em um país ainda marcado pela desigualdade e pela informalidade, a luta sindical continua sendo uma trincheira fundamental na defesa desses direitos. Assim como Margarida, que afirmava: “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”, seguimos acreditando que somente com organização e mobilização é possível avançar na construção de um Brasil mais justo. O PROIFES-Federação, por meio do seu Grupo de Trabalho (GT) de Direitos Humanos, atua ativamente na promoção de debates e ações voltadas para uma universidade inclusiva, plural e segura. Falar de direitos humanos no ensino superior é falar de acesso, permanência, respeito e transformação social. 

Dia Nacional dos Profissionais da Educação: PROIFES participa de ato em defesa do piso da categoria

Na manhã desta quarta-feira (6), Dia Nacional dos Profissionais da Educação, o PROIFES participou do ato promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em defesa da educação pública. A Federação foi representada pelo diretor de Comunicação, Jailson Alves. A mobilização, realizada em frente ao Ministério da Educação, reforçou a luta pela valorização da categoria, pela realização de concursos públicos e pela aprovação do Projeto de Lei 2531/21, que garante o Piso Salarial dos Profissionais Técnicos e Administrativos da Educação Básica — uma medida fundamental para o reconhecimento e o fortalecimento da carreira no serviço público. Durante sua participação, Jailson Alves destacou que ainda há muito a ser conquistado, especialmente diante do atual cenário político do país. “Não existe país soberano sem educação, e ela é feita por pessoas que lutam diariamente — seja na estrutura administrativa, na logística ou na sala de aula. A educação é o nosso elo mais importante com a soberania nacional e a independência”, afirmou, ao defender a aprovação do PL 2531/21. Segundo o presidente da CNTE, Heleno Araújo, a ação coletiva é essencial para garantir a aplicação de direitos já conquistados em lei, mas ainda não implementados. “A mobilização visa fazer valer a Lei do FUNDEB, conquistada em 2007. A determinação dessa lei deu origem à Lei nº 12.014/2009, que definiu quem são os/as profissionais da educação, e também à Lei do PNE, que estabeleceu que até junho de 2016 deveríamos ter uma Lei do Piso Salarial Profissional Nacional para esses profissionais”, explicou. Três Esferas O ato também pautou uma agenda mais ampla de reivindicações, incluindo políticas públicas nas três esferas de governo voltadas à formação, carreira, condições de trabalho e combate às violências nas escolas. O PROIFES integra a Aliança das Três Esferas, composta por entidades que defendem os servidores das esferas do governo federal, estadual e municipal, e continuará atuando contra a reforma administrativa e em defesa de uma educação pública inclusiva, democrática e de qualidade, com a devida valorização dos profissionais da educação. Com informações da CNTE

XXI Encontro Nacional: A Luta Contra o reacionarismo sindical e o fortalecimento do PROIFES marcaram debate do último eixo

Na tarde do último sábado (02), o quinto e último eixo do XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação traçou um panorama do atual cenário enfrentado pela entidade em meio ao reacionarismo sindical. Foram relembradas questões pertinentes, em contexto às agressões físicas, processos judiciais e ataques contra os direitos docentes, como o que ocorreu durante as negociações pela reestruturação de carreira e reajuste salarial de 2024. Estiveram na composição da mesa o coordenador do eixo e Vice-Presidente do PROIFES-Federação, Flávio Silva, o Presidente da entidade, Welington Duarte, o ex-presidente das gestões 2012-2014 e 2015-2017, Eduardo Rolim e a integrante do Conselho Deliberativo, Socorro Coelho. Rolim relembrou o cenário inicial de surgimento das entidades sindicais no Brasil, incentivadas por Getúlio Vargas em meio à construção de um movimento à luz do Positivismo, a partir de uma concepção de sindicalismo baseado nas esferas municipal, regional e nacional. Contudo, o ex-presidente do PROIFES afirmou que somente com a Constituição Federal de 1988 passou-se a ter direitos em relação à efetivação do sindicalismo, com o entendimento de unicidade garantidos pelo artigo 8º. Em seguida, Eduardo pontuou que a motivação para a fundação do PROIFES, em 2004, foi motivada pelo posicionamento antidemocrático e antissindical do ANDES-SN, que adotou postura reacionária após o presidente Lula assumir o primeiro mandato presidencial, mesmo com o governo se mostrando aberto a negociações e acordos de melhoria voltados à base sindical. O cenário, até então, era de avanço do neoliberalismo e do aprofundamento da pobreza e desigualdade. Além disso, o ex-presidente ressaltou a forte atuação do PROIFES na formulação de propostas salariais desde 2007, citando os recentes acordos de 2015 e 2024 que garantiram reajuste salarial de professores do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). O presidente do PROIFES-Federação, Welington Duarte, enfatizou a importância de esclarecer a participação da entidade nas proposições, combatendo a disseminação falsa do ANDES de é que é necessária a radicalização da greve para a garantia salarial. Ele relembrou as agressões sofridas em Pernambuco, Goiás, Santa Catarina e Bahia, diante da campanha difamatória contra a participação do PROIFES na Mesa Nacional de Negociação Permanente. “O que se via nas mesas de negociação era um PROIFES equilibrado, nacional, positivo, proposto ao diálogo e à negociação, porque uma greve nunca é fácil. Greve prejudica muita gente. Prejudica professores, prejudica alunos, sobretudo os mais pobres”, declarou o presidente. Ao todo, 26 participantes demonstraram sugestões de melhoria aos textos. Um dos temas mais tratados foi o papel da comunicação articulada para a associação de professores não federados. Josi Abreu é Presidenta do recém-fundado ADIFCE-Sindicato, vinculado ao Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) do Instituto Federal do Ceará. Ela ressaltou a importância da coragem no combate ao reacionarismo. “Continuem apoiando essa articulação em nível nacional, para a criação de novos sindicatos de professores reféns do reacionarismo. A minha proposta é continuar fortalecendo essa articulação. Muitos deles querem sair, mas não sabem como, porque eles não conhecem a história. Não sabem como fazer. Eu não sabia criar um sindicato, mas me propus a conversar, dialogar com vocês e entender como funciona o processo sindical. Nós precisamos chegar e dar essas informações para as pessoas”, afirmou a docente. Encerramento do encontro O Coordenador do eixo e Vice-Presidente do PROIFES-Federação, Flávio Silva, afirmou que o tema debatido, voltado ao fortalecimento do movimento sindical, já é pauta comum do PROIFES, acrescentando que essa discussão precisa ser expandida da melhor forma possível. Ele esclareceu quais os próximos passos a partir dos resultados alcançados: “Agora vamos, a partir dessas propostas, traçar as melhores estratégias para a expansão da Federação. Agora é a hora do PROIFES-Federação sistematizar as propostas e fazer a luta acontecer”. Por fim, Wellington fez o balanço final do encontro, destacando a importância das pautas que foram levantadas, sempre com debates, discussões, consensos e também divergências, abraçando o espírito democrático da federação. “Encerramos aqui mais esse ciclo político-organizativo e vamos partir para a frente, levando as propostas que foram construídas aqui para o próximo Centro Deliberativo, para que a gente possa fazer o correto, a política correta, estabelecendo as diretrizes para ações nos próximos meses. Até o próximo encontro nacional!”.