XXI Encontro Nacional: Mesa Internacional realiza debates sobre conjuntura global e desafios para a educação pública

Na manhã desta quinta-feira (31), a Mesa Internacional marcou o início das atividades do primeiro dia do XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação. A mesa foi composta pelo presidente do PROIFES-Federação, Wellington Duarte, pela diretora de Relações Internacionais do PROIFES, Regina Witt, pelo secretário geral da CONADU, Carlos De Feo, pela diretora regional da Internacional da Educação (IE), Gabriela Bonilla, e pelo secretário geral da CPLP-SE e presidente da CNTE, Heleno Araújo. Na abertura, Wellington Duarte destacou o papel estratégico do debate internacional no Encontro Nacional. Segundo o presidente, a Mesa tem como objetivo “trazer elementos para agregar nossas reflexões sobre o que está acontecendo no mundo e no Brasil”. Em sua participação, Heleno Araújo reforçou a importância de manter espaços de integração e negociação entre os países de língua portuguesa, com foco em ações conjuntas para garantir uma educação pública de qualidade, democrática e inclusiva. Ele destacou que a atuação da CPLP-SE também se dá em espaços multilaterais como o G20, defendendo propostas como a tributação dos super-ricos, o combate ao trabalho escravo e infantil, e a criminalização do desmatamento. Regina Witt destacou que o acompanhamento da situação educacional de outros países parceiros é fundamental para fortalecer a luta por uma educação pública mais justa. Ela também apontou a importância da solidariedade internacional, especialmente diante dos desafios comuns enfrentados por docentes em diferentes contextos. Privatização, evasão e o modelo educacional na América Latina O secretário geral da CONADU trouxe uma análise sobre o avanço da mercantilização da educação na América Latina, destacando que a região continua sendo uma das mais desiguais do mundo. Ele alertou para o crescimento das universidades privadas e para a perda de espaço das instituições públicas, o que tem impacto direto na elevada taxa de evasão nos primeiros anos de escolarização. De Feo enfatizou que a batalha pela educação pública também é uma batalha pela autonomia universitária, pensamento crítico e fortalecimento da democracia. “As universidades são palanques fundamentais”, afirmou, reforçando que a disputa pelo modelo educacional é, acima de tudo, política. Gabriela Bonilla apresentou três eixos prioritários da atuação internacional: a construção de uma carreira docente em parceria com as Nações Unidas, o fortalecimento do Movimento Pedagógico Latino-Americano e a campanha global pela educação pública. Entre as recomendações apresentadas, destacou-se a necessidade de proteger e ampliar o orçamento público da educação, valorizar o trabalho docente e garantir que a prática pedagógica seja parte ativa na defesa de uma universidade pública, democrática e acessível. Ao final da mesa, os participantes reafirmaram a necessidade de se construir propostas concretas e articuladas internacionalmente, que defendam a educação como um direito humano e pilar fundamental para a justiça social. Como encaminhamento, o PROIFES-Federação irá elaborar um documento com as principais intervenções e posicionamentos da entidade sobre os temas internacionais, reafirmando seu compromisso com a Carta de Fortaleza e com a valorização dos profissionais da educação em toda a América Latina.

Em Florianópolis, PROIFES-Federação discute políticas educacionais e desafios globais em encontro nacional

Com o objetivo de traçar diretrizes para atuação da Federação no ano que se segue, o XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação teve início na noite desta quarta-feira (30), na cidade de Florianópolis/SC, reunindo professores e professoras de diversos estados do Brasil. Com o tema: “Políticas Educacionais e Sindicais conectadas com os interesses da nação e as transformações sociais”, a abertura do evento contou com a participação das principais lideranças que atuam em defesa da educação no país e na América Latina.  O presidente da APUFSC-Sindical e anfitrião da noite, Bebeto Marques, deu as boas-vindas aos presentes e iniciou sua fala registrando o conturbado momento político vivido em todo o mundo, citando entre outras questões a guerra na Ucrânia, o genocídio em Gaza, e o avanço da extrema direita com pautas de destruição do bem-estar social. “Estamos vivendo um verdadeiro retrocesso, um retorno à barbárie “, disse. Em sua fala, Bebeto ainda destacou a importância de ir além da habitual pauta sindical, “nós somos chamados a enfrentar tudo isso pois somos comprometidos com os mais pobres e vulneráveis”.  Representando o Fórum Nacional de Educação (FNE) e a Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE), Heleno Araújo, destacou as pautas de luta tanto do Fórum, quanto da Confederação, em conjunto com o PROIFES-Federação. “Precisamos nos manter firmes e fortes para combater os desafios que estão postos mais uma vez”, afirmou. A diretora geral da Internacional da Educação para a América Latina (IEAL), Gabriela Bonilla, e o Secretário Geral da Conadu, Carlos De Feo, também reconheceram o papel que o PROIFES tem tido junto a esses coletivos e construindo a força da educação superior internacionalmente. Gabriela destacou que estamos em uma “disputa pelo controle da construção de conhecimento, para proteger a liberdade acadêmica e o orçamento universitário”. Reafirmando o compromisso de caminhar junto com o PROIFES fazendo as lutas necessárias, a secretária geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Fátima Silva,  desejou  “que esse encontro aponte os desafios, mas acima de tudo a nossa força, a nossa coragem para enfrentar esses desafios”. A presidenta recém eleita da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bianca Borges, apontou este como um momento decisivo para o presente e para o futuro da educação brasileira. “A universidade precisa ser tratada como elemento central para o projeto de soberania do país”, disse. Para Bianca, em tempos em que o neoliberalismo nos impõe o individualismo, a Federação tem o papel fundamental de apresentar a construção coletiva como saída para fazer o enfrentamento ao obscurantismo. “Defender a universidade é defender a democracia (…) seguimos juntos, profundamente convictos de que sem universidade não há futuro, e sem soberania não há nação”. O presidente do Movimento Nacional dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas (MOSAP), Edison Haubert, agradeceu o convite para participar do evento e lembrou da importância do apoio do PROIFES-Federação à luta do MOSAP pela extinção da contribuição previdenciária para aposentados. “Eu me espelho muito no movimento PROIFES, é um movimento que nos impulsiona e que nos dá força”, afirmou. Ana Júlia Rodrigues, presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Santa Catarina (CUT-SC), alertou que a atual conjuntura exige que se olhe para o passado para entender que “o que estamos vivendo hoje teve início ainda em 2013, com as mobilizações que culminaram anos mais tarde com o impeachment da presidenta Dilma”, resultando em governos que buscavam o sucateamento da universidade pública e a negação da Ciência, ideias presentes até hoje na sociedade e no atual Congresso Nacional. Já o representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-SC), Werner Franco, alertou para o novo modelo mundial que está surgindo e afirmou que, apesar do atual Congresso, temos atualmente uma conjuntura mais favorável para a luta. “Cabe a nós nesse momento aproveitar as condições para colocar todas as nossas energias para enfrentar a extrema-direita”, disse. O presidente do PROIFES-Federação, Wellington Duarte, encerrou as falas fazendo uma breve análise do mundo instável em que a Federação está inserida. “A transição de um mundo unipolar para um mundo multipolar ela não é feita de uma maneira suave e o país que mais sente essa transição é os Estados Unidos, e ele vai resistir, e ele está resistindo”. Para Duarte, o “vira-latismo” vergonhoso da extrema-direita brasileira que está presente no Parlamento e tenta desestabilizar o Governo rebate nas lutas do PROIFES-Federação.  Para além da conjuntura internacional, fortemente presente nas falas dos demais convidados, Wellington também falou, em tom de denúncia, sobre os ataques que o PROIFES-Federação vem sofrendo, partindo de outras entidades. “A Federação, por ser o que é, por ser democrática, por ser plural, por permitir que esse grupo até sábado esteja debatendo de maneira democrática cinco temas, é atacada diariamente”. O presidente da federação ainda ressaltou a vitória histórica dos jovens docentes do Ceará: “tiveram a coragem e a ousadia de enfrentar um movimento sindical arcaico”, elogiou sob aplausos, ressaltando que os institutos federais são esteios do desenvolvimento desse país e precisam de um cuidado especial para se consolidar.  Finalizando a solenidade de abertura do evento, Wellington destacou que o PROIFES não tem jornada de lutas, mas sim lutas cotidianas para melhorar as condições de trabalho dos professores e professoras. “O futuro ao PROIFES pertence”, concluiu. O XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação segue até o próximo sábado, dia 2 de agosto.

VI Seminário de Comunicação do PROIFES debate os desafios da comunicação sindical na era da inteligência artificial

Na manhã desta quarta-feira (30) aconteceu em Florianópolis o VI Seminário de Comunicação do PROIFES-Federação. Coordenado pela diretoria de comunicação do PROIFES, o seminário reuniu comunicadores, dirigentes sindicais e especialistas para debater a temática “Comunicação Sindical na Era da IA”. Com a participação das equipes de comunicação de alguns sindicatos federados – ADURN, APUB, ADUFG, APUFSC, ADUFRGS, SINDEDUTEC e ADIFCE –, o evento abriu espaço para uma reflexão sobre os rumos da comunicação sindical em tempos de transformação digital e inteligência artificial. O presidente do PROIFES, Wellington Duarte, deu abertura ao seminário e destacou o papel fundamental da comunicação como ferramenta de resistência e mobilização. “A comunicação é um instrumento de luta. Este encontro é, acima de tudo, um ato de resistência frente aos desafios impostos à nossa organização sindical”, afirmou. A primeira participação foi da professora Dra. Ana Karin Nunes, diretora de comunicação da ADUFRGS e docente da UFRGS. Ela chamou atenção para a necessidade de encarar a comunicação como um campo científico. “O exercício do poder também se dá pela comunicação, que precisa ser compreendida em sua dimensão estratégica e científica”, disse. Ana Karin também apresentou dados da Pesquisa Digital 2025, destacando a urgência de posicionar a comunicação sindical de forma eficaz nas redes sociais e sugerindo estratégias para o uso mais assertivo da inteligência artificial no cotidiano das entidades. Na sequência, o jornalista e professor Leandro Fortes trouxe uma reflexão sobre as transformações no jornalismo e os impactos da era digital nas rotinas de produção de conteúdo. “Vivemos uma revolução que alterou profundamente as redações e a maneira como nos comunicamos com o público. Em meio a esse cenário, o jornalismo continua sendo essencial para combater a desinformação e fortalecer a democracia”, pontuou. Fortes também defendeu a necessidade de uma maior integração entre a comunicação do PROIFES e de seus sindicatos federados, para garantir o fortalecimento da Federação. Em seguida, a vice-presidenta da APUB e especialista em inteligência artificial, Bárbara Coelho, trouxe reflexões importantes sobre o impacto da IA no mercado de trabalho e nas rotinas de produção de conteúdo. Sua fala reforçou a necessidade de capacitação contínua e adaptação das ferramentas de comunicação sindical frente aos avanços tecnológicos. Ao final das exposições, os participantes construíram propostas para aprimorar as políticas de comunicação da Federação e dos sindicatos. O objetivo é fortalecer a presença sindical nos meios digitais, promover maior engajamento das bases e enfrentar os desafios impostos pela desinformação e pelas novas dinâmicas da comunicação. Encerrando o seminário, o diretor de comunicação do PROIFES, Jailson Alves, destacou que as discussões darão origem a um documento estratégico. “Deste encontro nascerá um texto que será levado ao nosso Conselho Deliberativo. Este documento será fundamental para nortear as futuras ações de comunicação da Federação”, destacou.

Eixo 5 do XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação destaca a luta contra o reacionarismo sindical e o fortalecimento da Federação

A programação do XXI Encontro Nacional do PROIFES, que acontece a partir do dia 30 de julho em Florianópolis, contará com um momento de debate sobre a organização sindical e os desafios do movimento docente na atualidade. O Eixo 5 – “Organização Sindical: a luta contra o reacionarismo sindical e pelo fortalecimento do PROIFES-Federação”, será coordenado por Flávio Silva, vice-presidente da Federação, e tem como objetivo reafirmar o compromisso com uma atuação sindical estratégica, democrática e conectada com a realidade.  O debate abordará os caminhos para o fortalecimento de uma organização sindical moderna, democrática e eficiente, em contraposição ao modelo engessado e sectário que ainda predomina em parte do movimento sindical docente. O eixo propõe uma reflexão sobre o papel dos sindicatos na história da luta por direitos trabalhistas e destaca a importância de uma atuação estratégica e alinhada com a conjuntura política. Também será discutida a trajetória do PROIFES desde sua fundação, em 2004, como alternativa ao modelo centralizador do ANDES, e os avanços conquistados ao longo dos anos, como a criação de novas carreiras, a incorporação de gratificações e a valorização da educação pública. “O Eixo 5 reafirma a necessidade de defender a autonomia das entidades de base, a democracia interna e o diálogo com a categoria, como fundamentos essenciais para seguir avançando na luta por melhores condições de trabalho e pela valorização do magistério superior”, afirmou Flávio Silva. O PROIFES-Federação destaca que a luta por uma representação sindical sólida e comprometida com os reais interesses dos(as) docentes passa pelo combate ao reacionarismo e pela consolidação de uma entidade que sabe negociar, construir e conquistar.

XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação debaterá os desafios da aposentadoria e previdência no Eixo 4

“Aposentadoria e Previdência: os desafios da defesa dos direitos dos aposentados e um balanço da FUNPRESP” será tema do Eixo 4 do XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação, que ocorrerá a partir do dia 30 de julho em Florianópolis. O eixo de debate reúne as proposições dos Grupos de Trabalho de Seguridade Social e Aposentados e traz uma análise sobre os impactos recentes nas políticas de aposentadoria e previdência, especialmente para os docentes do Magistério Superior e da Educação Básica, Técnica e Tecnológica (EBTT). Entre os principais pontos de debate estará o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2.135, realizado pelo Supremo Tribunal Federal em novembro de 2024. A decisão, que ainda aguarda a publicação do acórdão, consolidou a possibilidade de coexistência de múltiplos regimes de contratação no serviço público, abrindo caminho para o fim do Regime Jurídico Único (RJU), instituído pela Lei 8.112/1990. A flexibilização dos regimes de contratação traz consequências sérias para a previdência dos servidores, pois compromete a sustentabilidade do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e afeta diretamente a lógica de solidariedade intergeracional, parte fundamental do sistema previdenciário público. A adesão compulsória de novos servidores ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) enfraquece o RPPS e intensifica a precarização do serviço público. Outro foco do debate será a avaliação dos 13 anos de funcionamento da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (FUNPRESP). “Desde sua criação, o PROIFES-Federação tem acompanhado e cobrado mais transparência e participação dos docentes nos processos de gestão do fundo. Hoje, cinco diferentes gerações de docentes convivem nas Instituições Federais de Ensino, cada qual com regras previdenciárias distintas, realidade que demanda uma compreensão atualizada e políticas específicas de proteção e garantia de direitos”, afirmou a diretora de seguridade social do PROIFES, Raquel Nery. O Encontro também será um momento para reafirmar a articulação com entidades parceiras como o MOSAP (Movimento dos Servidores Aposentados e Pensionistas) e a ANAPAR (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão), e reforçar a mobilização pela extinção da contribuição previdenciária dos aposentados. Em especial, será discutida a atuação conjunta para o apensamento da PEC 555/2006 à PEC 06/2024, que visa justamente essa extinção progressiva. “O Eixo 4 reafirma o compromisso do PROIFES-Federação com a defesa da seguridade social, da previdência e da valorização dos docentes aposentados. Em um cenário de constante ameaça a direitos históricos, o Encontro Nacional será espaço fundamental para organização e resistência”, concluiu Raquel.

PROIFES participa de reunião do comitê assessor do órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental

Encontro ocorreu durante o VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, em Manaus O diretor de Políticas Educacionais do Proifes-Federação, Carlos Alberto Marques, está nesta semana em Manaus onde participa do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa. O evento reúne mais de 1,6 mil participantes de dez países para compartilhar experiências e pesquisas, fortalecer redes de cooperação e articular políticas públicas e respostas conjuntas diante das crises ambientais, sociais e climáticas. Bebeto Marques participou da reunião do comitê assessor do órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (Pnea), representando o Fórum Nacional de Educação (FNE). A reunião faz parte da programação do Congresso, que iniciou nesta segunda-feira, dia 21, e vai até sexta, 25. O encontro do qual Bebeto participou teve como pautas: conferências municipais, estaduais e nacional infanto-juvenil de educação ambiental; novo Plano Nacional de Educação (PNE); COP30; decreto que cria o Conselho Nacional de Educação Ambiental e o Sistema Nacional de Educação Ambiental. Com o tema “Educação ambiental e ação local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver”, o congresso propõe uma abordagem integradora entre saberes tradicionais, conhecimento científico e políticas públicas. A conferência de abertura realizada na noite de segunda-feira teve a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva. Durante o evento, será construída a Carta de Manaus, documento político-pedagógico que abordará os cinco eixos temáticos do congresso. Sobre a RedeLuso Criada em 2005, a Rede Lusófona de Educação Ambiental (RedeLuso) tem promovido o intercâmbio entre educadores ambientais de países de língua portuguesa. Desde sua criação, os congressos realizados pela rede vêm resultando em publicações científicas, projetos interinstitucionais, apoio a comunidades e influência em políticas públicas. A edição de 2025 reforça a centralidade da Amazônia nas discussões globais e consolida a região como um espaço de escuta e co-criação de soluções, conectando agendas locais a desafios globais. As discussões e propostas elaboradas ao longo dos cinco dias de programação visam não apenas fortalecer a educação ambiental na Amazônia, mas também inspirar políticas públicas nos países da CPLP com base na cooperação, no diálogo intercultural e na justiça climática. Fonte: APUFSC Sindical

Nota do PROIFES-Federação contra o projeto de lei que autoriza a devastação ambiental

A aprovação, na madrugada desta quinta-feira (17), pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei que flexibiliza as regras gerais de licenciamento ambiental — um substitutivo ao PL 2159/21, com parecer favorável do relator, deputado Zé Vitor (PL- MG) — representa um grave retrocesso. Trata-se de um ataque direto ao meio ambiente e da legalização da submissão do patrimônio natural brasileiro a interesses meramente econômicos. O texto agora segue para sanção presidencial. A proposta aprovada traz medidas extremamente preocupantes. Entre elas, a criação de novos tipos de licença, como a Licença Ambiental Especial (LAE), que poderá ser concedida mesmo para empreendimentos com potencial significativo de degradação ambiental. Também está prevista a Licença por Adesão e Compromisso (LAC), um modelo de licenciamento simplificado que dispensa estudos de impacto ambiental. Na prática, trata-se de uma autorização para que empreendedores atuem sem fiscalização prévia — uma licença para a “raposa cuidar do galinheiro”. A LAC poderá ser aplicada, por exemplo, a serviços eobras de duplicação de rodovias e à instalação de linhas detransmissão em faixas de domínio. Medidas assimfragilizam o controle ambiental e podem gerar impactos devastadores, especialmente sobre terras indígenas, com limitações explícitas à atuação da FUNAI. Áreas quilombolas, bens culturais tombados e unidades de conservação também correm sérios riscos de degradação. Outro ponto alarmante é a previsão de renovação automática das licenças ambientais, por igual período,mediante simples declaração online do empreendedor.Associada ao enfraquecimento das exigências legais e da fiscalização, essa medida institucionaliza a impunidade e favorece a continuidade da destruição ambiental. O que se aprovou não é avanço, tampouco modernização. É devastação ininstitucionalizada. É um atentado contra o direito constitucional de todos os brasileiros a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. O PROIFES-Federação é veementemente contra esse Projeto de Lei e exige uma resposta enérgica do poder executivo, que pelo seu poder constitucional, pode vetar essa agressão ao meio ambiente e ao direito das gerações futuras de usufruir de um meio ambiente saudável.

Eixo 3 do XXI Encontro Nacional do PROIFES propõe reflexão sobre direitos humanos, diversidade e a luta contra o adoecimento nas universidades e institutos federais

O XXI Encontro Nacional do PROIFES-Federação, que acontecerá a partir do dia 30 de julho em Florianópolis, terá, em seu Eixo 3, uma discussão sobre os Direitos Humanos e a luta pela inclusão, equidade e contra todas as formas de preconceito e discriminação, com atenção especial ao cenário de retrocessos vividos nos últimos anos. Durante as gestões Temer e Bolsonaro, o Brasil assistiu a ataques sistemáticos a direitos básicos, especialmente relacionados à gênero, sexualidade, religiosidade, cor e etnia. Embora algumas reparações estejam em curso, ainda há um longo caminho de reconstrução e resistência exigindo ação firme dos movimentos sociais, das entidades sindicais e das instituições educacionais. “Enfrentamos um contexto de adoecimento generalizado nas universidades e institutos federais, fruto de anos de políticas desestruturantes e ataques ideológicos. Os danos à saúde mental e física dos trabalhadores e trabalhadoras da educação exigem enfrentamento direto, tanto no campo político quanto no cotidiano institucional”, afirmou a coordenadora do eixo e diretora de direitos humanos do PROIFES, Rosangela Gonçalves. O eixo 3 também propõe uma reflexão sobre o conflito epistemológico em torno do conceito de “público”: enquanto princípios republicanos e constitucionais são relativizados por uma moral religiosa imposta, em especial por segmentos neopentecostais com crescente influência política, vemos a urgência de reafirmar a laicidade do Estado, a liberdade de crença e a valorização da diversidade como princípios fundamentais da educação e da convivência democrática. A resistência a políticas públicas de inclusão, como o sistema de cotas, demonstra como a narrativa moralista e neoliberal busca manter os mais vulneráveis à margem, minando o acesso e a permanência da população negra, indígena, LGBTQIAPN+ e periférica nos espaços de poder e saber. O Eixo 3 convida os participantes do XXI Encontro Nacional a construírem coletivamente uma agenda de lutas que enfrente a violência simbólica e física, o racismo estrutural, a LGBTQIAPN+fobia, o feminicídio e todas as formas de opressão. “Mais do que debater, é hora de agir com coragem e consciência coletiva. A defesa da vida, da ciência, da equidade e da democracia passa, necessariamente, pelo enfrentamento das ideologias que buscam excluir, controlar e silenciar”, concluiu Rosangela.

Nota de pesar do PROIFES-Federação pelo acidente com estudantes a caminho do Congresso da UNE em Goiás

O PROIFES‑Federação manifesta profundo pesar pelo grave acidente ocorrido na madrugada desta quarta‑feira (16)  na BR‑153, no município de Porangatu (GO), envolvendo um caminhão, um micro‑ônibus e um ônibus que transportava estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA), a caminho de Goiânia para participar do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). De acordo com informações iniciais, a tragédia resultou na morte de pelo menos cinco pessoas, entre elas, três estudantes, o motorista do ônibus e o condutor da carreta, que teria invadido a contramão. Há ainda passageiros feridos, que estão recebendo atendimento das equipes de emergência mobilizadas no local. Essa tragédia comove toda a comunidade acadêmica brasileira. Estudantes que partiam para exercitar o debate, a mobilização e o fortalecimento da educação como espaço de transformação tiveram seus sonhos e trajetórias interrompidos de forma abrupta. O PROIFES‑Federação expressa sua solidariedade à Universidade Federal do Pará, à União Nacional dos Estudantes, e, em especial, às famílias, colegas e amigos das vítimas.  Que a lembrança e o engajamento desses jovens no fortalecimento da educação e da cidadania sirvam de inspiração e motivação para que sigamos firmes na luta por um Brasil mais igualitário e humano. PROIFES-Federação

Em Guiné-Bissau, PROIFES participa de encontro internacional em defesa da educação pública

Entre os dias 15 e 18 de julho, a diretora de Direitos Humanos do PROIFES-Federação, Rosangela Gonçalves, e a integrante do Conselho Deliberativo, Barbara Coelho, participam, em Bissau, capital da Guiné-Bissau, de uma atividade no marco da campanha “Pela Escola Pública: Investir na Educação”. O evento é realizado pela Internacional da Educação (IE) e pela Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE). A atividade reúne lideranças sindicais da educação de diversos países e tem como foco central o fortalecimento da educação pública, o investimento no trabalho docente e a articulação sindical internacional. A abertura oficial contou com a presença do Ministro da Educação da Guiné-Bissau, que já recebeu a delegação em audiência. A programação segue até sexta-feira, 18 de julho, com reuniões, debates e articulações paralelas entre lideranças sindicais e representantes governamentais. “Estou participando, por intermédio da Federação, do encontro na Guiné-Bissau, dentro de uma perspectiva de investir na escola pública, investir na educação. Estamos com o sindicato da Guiné-Bissau e de outros países de língua portuguesa para movimentar o trabalho docente a partir da liderança dos sindicatos, pelo entendimento de que a educação pública é importante e fundamental para os países”, relatou Rosangela. A CPLP-SE é a Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa, formada por sindicatos da educação dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A organização atua promovendo a cooperação internacional entre trabalhadoras e trabalhadores da educação, com foco na valorização do magistério, na defesa de políticas públicas educacionais e no fortalecimento da democracia nos países lusófonos. A ação da CPLP-SE, em parceria com a Internacional da Educação, marca a primeira grande atividade do tipo realizada em solo bissauense. A programação ocorre paralelamente a encontros políticos entre representantes dos governos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), fortalecendo a conexão entre a sociedade civil organizada e as instâncias governamentais. “O princípio democrático está dentro da CPLP. As relações sociais organizadas, principalmente os sindicatos, são parte desse princípio. A educação pública de qualidade só acrescenta poder aos países”, afirmou Rosangela. Fonte: SINDIEDUTEC