PROIFES-Federação participa de reunião do Comitê Regional e Conselho de Presidentes da Internacional da Educação para a América Latina

Na última sexta-feira (25) e sábado (26), o PROIFES-Federação participou da reunião do Comitê Regional e do Conselho de Presidentes e Secretários-Gerais das entidades filiadas à Internacional da Educação para a América Latina (IEAL). O encontro teve como objetivo a avaliação da situação da educação nos países latino-americanos e o debate de propostas e perspectivas de atuação para 2025. O PROIFES-Federação foi representado pelo vice-presidente Flávio Silva e pela diretora de Relações Internacionais, Regina Witt. Durante a reunião, Flávio Silva apresentou uma análise sobre a situação da educação superior no Brasil. Ele destacou a grave questão do orçamento das universidades públicas e enfatizou a luta do PROIFES pela recomposição orçamentária. Também alertou para o alto índice de evasão nas universidades brasileiras, apontando a necessidade da realização de políticas públicas para combater este cenário. A educação básica também esteve em pauta, com avaliação realizada pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, que tratou dos novos programas lançados pelo governo Lula, do orçamento destinado à educação e dos debates em torno do novo Plano Nacional de Educação (PNE). A partir dessas análises, os representantes discutiram propostas e estratégias para 2025, focando em temas como: Defesa da liberdade sindical e promoção da solidariedade internacional; Fortalecimento do Movimento Pedagógico Latino-Americano e da campanha “¡Por la pública!”; Ampliação da Rede de Trabalhadores da Educação e da inclusão; Estratégias de formação sindical; Definição de temáticas estratégicas para a realização de webinários e outras linhas de ação para o fortalecimento da educação pública e dos sindicatos. A diretora Regina Witt destacou a importância de integrar a Justiça Climática nas práticas educativas. Ela reforçou a necessidade de preparar as instituições de ensino para situações de emergência e desenvolver estratégias de enfrentamento a eventos climáticos extremos, diante dos novos desafios ambientais que impactam diretamente as comunidades escolares.
Nota de Esclarecimento: Piso Nacional e Carreiras do Magistério Federal

Em tempos de desinformação, é necessário estar atento ao que ocorre e repercute na categoria do Magistério Federal. É importante lembrar que qualquer referência a variáveis que impactem as carreiras do Magistério Superior (MS) e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) deve considerar que foi o PROIFES-Federação o responsável direto por sua criação e regulamentação, em 2008, bem como pelos acordos subsequentes de 2012, 2015 e 2024. As carreiras do MS e do EBTT, portanto, nasceram da luta da Federação. Recentemente, tem sido divulgado que o magistério do EBTT teria direito à recomposição salarial com base na lei do piso do magistério, sob o entendimento de que tal aplicação impactaria, em cascata, todos os degraus da carreira, inclusive conferindo direito a valores retroativos. Esse entendimento decorre da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ADI 4167 e da apreciação do Tema 1.324, ainda em trâmite. No entanto, esses processos judiciais não se referem, diretamente, ao magistério do EBTT, mas sim aos professores das redes municipais e estaduais de educação básica. É importante reafirmar que foi o PROIFES-Federação que levou à mesa de negociação, em 2023 e 2024, a pauta da utilização do piso nacional do magistério como referência para a preservação do valor nominal do vencimento básico dos docentes do magistério federal (40h, graduados, em início de carreira), objetivando, assim, recuperar parte das perdas decorrentes de sete anos sem negociações durante os governos Temer e Bolsonaro. Essa iniciativa baseou-se no entendimento de que o magistério do EBTT tem direito ao piso nacional do magistério, conforme a Lei nº 11.738/2008. Contudo, há interpretações segundo as quais a norma constitucional prevista no artigo 37, inciso XIII, instituída pela Emenda Constitucional nº 19/1998, do governo FHC, impede a vinculação direta entre o vencimento básico da carreira e seus degraus (steps). Dessa forma, a aplicação do piso nacional do magistério às carreiras do EBTT e do MS não implicaria, segundo essa interpretação, no reescalonamento de toda a malha salarial. Ressalte-se que o PROIFES-Federação sempre defendeu a estruturação das carreiras com percentuais definidos entre níveis, classes e regimes de trabalho, bem como entre a Retribuição por Titulação (RT) e o Vencimento Básico (VB), conforme consignado no Anexo III-A da Lei nº 12.772/2012 — uma conquista do PROIFES-Federação, que continua lutando para a manutenção deste anexo na medida provisória vigente. O PROIFES-Federação segue atento e atuante na promoção da valorização do Magistério Federal e na defesa dos interesses dos docentes, avaliando continuamente os caminhos políticos e jurídicos para a efetivação do piso nacional do magistério nas carreiras do EBTT e do MS, com as devidas repercussões remuneratórias. Lembramos que qualquer dúvida ou solicitação de informações deve ser dirigida à assessoria jurídica dos Sindicatos Federados.