MEC propõe novo Ensino Médio com aumento de disciplinas de formação básica

O Ministério da Educação (MEC) pretende colocar em prática o novo Ensino Médio, com aumento da carga horária na formação básica dos estudantes para 2,4 mil horas. A mudança prevê que 80% da carga horária curricular seja de um conjunto de disciplinas comum do currículo — atualmente 60% das horas são de áreas comuns. O ministro espera enviar ao Congresso até setembro uma proposta consolidada para o projeto. Até o dia 21 de agosto, a proposta do MEC será submetida às sugestões do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e demais entidades de educação, além das comissões de educação da Câmara e do Senado.  “Vamos receber considerações sobre a proposta do MEC, queremos construir consenso em relação à qualidade da educação no Brasil”, disse o ministro da Educação, Camilo Santana, que participou nesta segunda-feira (7) de uma reunião com representantes de entidades da área educacional.  De acordo com a solução do MEC, as áreas de conhecimento comum a serem estudadas por todos os estudantes são história, sociologia, filosofia, geografia, inglês e espanhol (alternativamente), arte, educação física, literatura, química, física, biologia e educação digital. Atualmente, somente português, matemática, educação física, arte e filosofia são obrigatórias. O ministério propôs que seja proibida a educação à distância para o curso dessas disciplinas básicas. A partir das disciplinas de curso comum, o estudante passaria ter duas opções de percursos de aprofundamento. Uma é linguagens, matemática e ciências da natureza, e a outra, linguagens, matemática, e ciências humanas e sociais. A Lei nº 13.415/2017 foi aprovada no governo Michel Temer (MDB). Pessoas contrárias ao projeto avaliam que, pela maneira como foi elaborada, aumenta a possibilidade de os conteúdos serem discutidos de forma superficial. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ocupará 60% do total de horas letivas, o equivalente a 1.800 horas divididas entre 1º, 2º e 3º anos do ensino médio. Os outros 40% do currículo são preenchidos pelos Itinerários Formativos em que o estudante escolhe a área de conhecimento de sua preferência.  Inicialmente, a proposta não tinha uma divisão por matérias, mas sim por quatro áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Inglês, Artes e Educação Física); Matemática e suas Tecnologias (Matemática); Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Química e Física), e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia). Alunos, obrigatoriamente, veem todas as áreas do conhecimento no Ensino Médio, mas em algum dos anos podem não estudar todas elas. Apenas Matemática e Língua Portuguesa continuaram obrigatórias. Fonte: Brasil 247

Não à PEC 32! Não é uma reforma, é o fim dos serviços públicos!

Confira nota feita pela Aliança Nacional das Entidades Sindicais representativas dos servidores públicos O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), está insistentemente ameaçando colocar a Reforma Administrativa de Bolsonaro/Guedes – a PEC 32 – em votação (1). Lira e Bolsonaro já haviam tentado, mas não conseguiram, aprovar tal PEC, que liquida os serviços públicos, liberando as privatizações, terceirizações e contratações de Organizações Sociais (OSs), para que empresários lucrem às custas de verbas públicas e de direitos básicos da população como Saúde e Educação. Mentiroso, ele volta a dizer que a reforma só atingirá os novos servidores; o que é falso (ver abaixo: 1, 2,3). A proposta também é um duro golpe aos concursos públicos, abre a porta para milhões de contratações temporárias sem estabilidade ou garantias para servidores, escancarando a entrada de apadrinhados políticos nas três esferas. Trata-se de um retrocesso que jogará o serviço público do país de volta ao século XIX. Nos níveis federal, estadual e municipal o Brasil tem apenas 12,45% de sua força de trabalho empregada no serviço público. É quase metade dos 23,48% da média dos países da OCDE. É menor até mesmo que nos Estados Unidos (4). Ao contrário do que diz o senso comum, são poucos servidores para atender as demandas por políticas públicas nas áreas sociais, fiscalização, segurança, saúde, educação, meio ambiente. A supressão dos serviços ao povo promovida pela PEC 32, se fosse aprovada, aumentaria ainda mais a desigualdade social no Brasil. Lira, que segurou mais de 100 pedidos de afastamento de Bolsonaro (PL), não se tornou conhecido somente por alimentar o centrão a partir de emendas secretas e cargos no governo. Foi também essencial nas votações de toda agenda regressiva contra direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras: da reforma trabalhista à da previdência – que deixará milhões sem direito à aposentadoria. A lista de ataques não é pequena.  O atual governo já disse discordar da PEC-32. O presidente Lula, aliás, havia participado da campanha dos sindicatos e Servidores contra tal PEC em 2021 (5); campanha, aliás que conseguiu retira-la de pauta. A liderança do governo na Câmara, respondendo a Lira, disse que que a PEC-32 não está em sua agenda (6) (https://www.cnnbrasil.com.br/politica/nao-e-hora-de-discutir-reforma-administrativa-sugerida-por-lira-diz-lider-do-governo-a-cnn/). Dado os vícios regimentais congressuais, a PEC só pode ser retirada de tramitação mediante pedido (de seu autor, o Executivo), se o presidente da Câmara se dispuser a colocá-lo (o pedido) a voto no Plenário. E se este último – mais reacionário que o da legislatura anterior – aprovar a retirada.  A luta para enterrar de vez a PEC-32 é uma necessidade para a defesa dos Serviços Públicos, indispensável à recuperação e expansão dos programas sociais e ao desenvolvimento do povo e da nação brasileiras. Por isso chamamos a mais ampla unidade dos servidores públicos em todos os níveis e em diálogo com a população, para retomarmos a campanha iniciada em 2021. Dirigimo-nos ao presidente Lula para que reforce sistematicamente a posição de seu governo contra essa Reforma Administrativa de cabo a rabo, sem emendá-la ou “melhorá-la” (como sugerido pelas dissimulações de Lira). Juntos vamos impedir que a PEC 32 seja colocada em votação!  (1) https://www.poder360.com.br/congresso/a-empresarios-lira-pede-apoio-para-votar-reforma-administrativa/ (2) https://www.diap.org.br/index.php/noticias/artigos/90046-os-atuais-servidores-e-a-reforma-administrativa (3) https://www.conjur.com.br/2021-jun-17/oliveira-efeitos-reforma-administrativa-atuais-servidores . (4) https://piaui.folha.uol.com.br/os-marajas-e-os-peoes-do-funcionalismo-publico/ (5) https://www.cut.org.br/noticias/lula-recebe-documento-de-servidores-e-reafirma-que-e-contra-pec-32-a728  (6) https://www.cnnbrasil.com.br/politica/nao-e-hora-de-discutir-reforma-administrativa-sugerida-por-lira-diz-lider-do-governo-a-cnn/ Confira o documento: