PROIFES-Federação discute políticas públicas para a reconstrução da ciência e da tecnologia no Brasil

Debate foi realizado durante a programação do II Encontro Nacional de Ciência e Tecnologia

“Vivemos uma democracia rasurada com diversas tentativas de desmonte das instituições”, alertou a vice-presidenta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Fernanda Sobral, nesta sexta-feira (07/10), durante debate sobre políticas públicas para a reconstrução da ciência e da tecnologia no Brasil. A discussão fez parte da programação do II Encontro Nacional de Ciência e Tecnologia do PROIFES-Federação, que ocorre em Goiânia.

Fernanda lembrou que fatores, como os cortes orçamentários e o crescente negacionismo científico tem impedido a criação de políticas públicas para a ciência. “Nesta semana, tivemos um exemplo desse desmonte com o decreto do presidente Jair Bolsonaro, que resultou, que resultou na retirada de R$ 328,5 milhões do orçamento das universidades federais”, citou.

O professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e membro da Academia Brasileira de Ciência (ABC), José Alexandre Felizola Diniz Filho, que também participou do debate, também destacou aspectos que dificultam o desenvolvimento do País em áreas como ciência e educação. Ele criticou a falta de recursos e a precarização do ensino. “Será que temos formado pessoas com uma visão de mundo ou apenas técnicos de laboratório? Existe um problema muito sério de formação. Talvez seja preciso uma reestruturação total no ensino”, declarou.

A diretora de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Gianna Sagazio, por sua vez, exaltou a importância e da educação no desenvolvimento estrutural. Ela destacou, ainda, a necessidade da criação de políticas para incentivar a pesquisa e educação como forma de garantir novos avanços tecnológicos. “Precisamos de políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação a longo prazo. É necessário criar políticas que tenham a participação da sociedade, que sejam robustas, modernas e acompanhem a evolução dos outros países na área”, defendeu.

O debate foi mediado pela professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mariliz Guterres e pelo diretor de Ciência e Tecnologia do PROIFES-Federação, Ênio Pontes. Os dois também reforçaram a importância do tema do evento para o País. “O desenvolvimento de pesquisas não está ligado somente ao ambiente universitário, mas também ao cotidiano da população. Não vivemos sem ciência e tecnologia”, disse Mariliz. Ao encerrar o debate, Ênio falou sobre as expectativas para o futuro do Brasil. “Esperamos um novo governo que seja democrático, progressista e que tenha essa visão de crescimento associado às universidades e aos cientistas. Estaremos juntos nessa luta”, concluiu.

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